Fiscais agropecuários de São Paulo rejeitam proposta e mantêm greve

22/11/2005 - 21h33

Adriana Franzin
Da Agência Brasil

Brasília - Os fiscais agropecuários de São Paulo decidiram não aceitar a proposta do Ministério do Planejamento e continuar com a greve iniciada no dia 7. O coordenador da Comissão Nacional de Negociações da categoria, Wilson Roberto de Sá, disse que a proposta apresentada em reunião realizada hoje (22) é "lamentável". A comissão é formada por funcionários do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Segundo o coordenador, a oferta foi de 10% de aumento salarial para janeiro de 2006 e mais 5% para junho do mesmo ano. Os fiscais querem que o salário inicial seja elevado de R$ 2.518 para R$ 4.140 e que o teto salarial passe de R$ 4.021 para R$ 5.902.

"A proposta está muito aquém da nossa pretensão e, aliás, é a própria proposta do Ministério da Agricultura, encaminhada através do ofício nº 556, de 27 de julho de 2005", afirmou Wilson de Sá. A greve, de acordo com ele, só vai acabar quando forem atendidas as cinco principais reivindicações da categoria: reestruturação da carreira, extensão de gratificação para aposentados e pensionistas, criação da escola de capacitação para os profissionais, discussão aprofundada da Lei 9.712/98 e a realização de concursos para a complementação do quadro de funcionários.

Na avaliação do coordenador, a atitude do ministério é arriscada "porque coloca colegas que não têm preparo técnico suficiente para identificar pragas – e no estado onde está a maior floresta do mundo".

Wilson de Sá, que também é vice-presidente da Associação Nacional dos Fiscais Agropecuários (Anffa), informou ainda que a entidade não recebeu o comunicado da Justiça determinando a volta ao trabalho. Deferida em caráter liminar na quinta-feira (17) pelo juiz federal João Batista Gonçalves, da 6ª Vara da Justiça Federal da capital, e expedida ontem (21), a determinação visa evitar prejuízos às empresas pelo atraso na importação e exportação de produtos vegetais e animais.