Brasília, 22/11/2005 (Agência Brasil - ABr) - O presidente do PP, deputado Pedro Corrêa (PP-PE), negou hoje (22), em depoimento no Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, ter recebido "vantagens indevidas" no suposto esquema do mensalão. Corrêa foi ouvido como acusado – responde a processo no Conselho por quebra de decoro parlamentar – e como testemunha no processo contra outro deputado do partido, Pedro Henry (MT).
Corrêa reiterou que recebeu R$ 600 mil do empresário Marcos Valério – em saques feitos pelo assessor do partido, João Cláudio Genu – e outros R$ 100 mil em espécie, pagos pela diretora financeira da SMP&B, Simone Vasconcelos. Ele informou que o dinheiro foi utilizado para pagamento dos honorários do advogado Paulo Goiás,que defende o deputado Ronivon Santiago (PP-AC) em 36 processos judiciais no Acre. A negociação do pagamento, segundo Pedro Corrêa, foi feita entre o líder licenciado do partido, José Janene (PR), e o ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.
Convocado pelo Conselho, o assessor João Cláudio Genu também foi ouvido hoje, nos processos contra Corrêa e Henry, que foi líder do PP e é acusado de estar envolvido no esquema. Genu confirmou que o dinheiro se destinava ao pagamento de advogado para Ronivon Santiago. E informou que conheceu Marcos Valério no gabinete do deputado Janene. "Ele esteve lá por três ou quatro vezes", afirmou.
João Cláudio Genu também disse que se responsabilizava por saques no valor de R$ 700 mil e que, após sacar os recursos, os entregava na sede do PP, no 17º andar do Senado, mas desconhecia o destino do dinheiro.
Lista apresentada à CPMI da Compra de Votos pelo empresário Marcos Valério de Souza atribui a Genu saques de R$ 4,1 milhões. Ele desmentiu esse valor.