Rio, 4/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - A população carcerária do Rio de Janeiro, em 2000, somava cerca de 10 mil presidiários, em sua maioria homem, jovem, negro ou pardo, possuidor de baixa escolaridade, solteiro e sem religião definida. A constatação é da pesquisa "Retrato do Presidiário Carioca", que o Centro de Políticas Sociais da Fundação Getúlio Vargas (FGV) está divulgando hoje.
Realizado pelo economista Marcelo Néri, o levantamento traça um retrato comparativo entre a população do município e a população que vive nas penitenciárias cariocas, analisando algumas das principais características sócio-econômicas e demográficas desses dois universos, com base no processamento dos dados do Censo Demográfico 2000, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A comparação da estrutura etária da população carcerária e a do município do Rio revela que os jovens são maioria nos presídios e penitenciárias, onde 52,7% têm de 20 a 29 anos. No universo de 10 mil presos, 35,7% se declararam sem religião, percentual duas vezes maior do que os 13,3% da população jovem do município que se declararam também sem religião. Dos outros 47,3% que se declararam religiosos, 30% são católicos, 14% evangélicos.
Os negros e pardos representam 66,5% da população carcerária; 80,3% possuem baixa educação e 16,3% são totalmente analfabetos. A pesquisa constata, ainda, que os homens são maioria absoluta nas penitenciárias, chegando a 96,7% do total; 85,8% solteiros; e que 80% dos jovens presidiários cariocas são naturais do próprio município. (Nielmar de Oliveira)