Cidade do Goiás, 4/6/2004 (Agência Brasil - ABr) - No início de junho, a centenária Cidade de Goiás, distante 148 km de Goiânia, deixa de ser uma pacata cidade do interior, com suas ruas de paralelepípedos e casas centenárias, para abrigar as idéias de cineastas que utilizam a sétima arte para discutir questões ambientais ou simplesmente mostrar a beleza que existe longe da modernidade do concreto.
É no coração do Brasil, numa cidade que é Patrimônio Histórico da Humanidade, que acontece pela sexta vez o Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental (Fica). Criado em 1999, os vilaboenses (nativos da cidade) já se acostumaram com a agitação que durante uma semana modifica o cotidiano da cidade onde nasceu a poetisa Cora Coralina. E festejam os cerca de R$ 1,5 milhão que, segundo a organização do evento, são deixados pelos turistas. São quase 60 mil vindos de outras regiões do país e até do exterior. Quase o dobro dos habitantes da cidade.
Este ano, foram selecionados filmes do Brasil e também da Alemanha, Índia, Bielorrúsia, França, Inglaterra, Suécia, Palestina, Nova Guiné e Senegal para o festival que já é considerado o quarto melhor do gênero no mundo e o mais importante realizado fora do território europeu.
Dos 222 trabalhos inscritos, apenas 29 disputam os R$ 250 mil em prêmios da mostra competitiva, formado por quatro longa metragem, sete médias, 16 curtas e duas séries televisivas.
Os assuntos abordados vão do acidente na usina de Chernobyl à escravidão sofrida por trabalhadores brasileiros na Guiana Francesa. Segundo Washington Novaes, consultor da pré-seleção e membro do júri oficial, a principal preocupação na escolha dos filmes era que estes unissem a estética com a temática ambiental.
Além da mostra de cinema, o VI Fica também presenteia o público com exposições fotográficas, de arte, apresentações musicais, oficinas de discussão e festas.