Lula confirma José Dirceu como novo ministro-chefe da Casa Civil

12/12/2002 - 17h03

Brasília, 12/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, confirmou hoje o nome do ex-presidente do Partido dos Trabalhadores, deputado José Dirceu, para o cargo de ministro-chefe da Casa Civil. José Dirceu de Oliveira e Silva é advogado e nasceu em Passa Quatro (MG), no dia 16 março de 1946. É casado com Maria Rita Garcia de Andrade. Tem três filhos – José Carlos, Joana e Camila – de casamentos anteriores. Em 1961 foi para São Paulo, em busca de trabalho e estudo. Cinco anos mais tarde, iniciou o curso de Direito na Pontifícia Universidade (PUC) do estado.

Nessa instituição foi vice-presidente do Diretório Central de Estudantes e presidente do Centro Acadêmico XXII de Agosto. De 1966 a 1967, presidiu a União Estadual dos Estudantes, da qual é hoje presidente de honra. Em 1968 foi preso em Ibiúna, durante a realização do XXX Congresso da União Nacional dos Estudantes (UNE), permanecendo preso até setembro de 1969, quando teve sua nacionalidade cassada e foi banido do país.

Durante o exílio, trabalhou e estudou em Cuba. Em 1975 retornou clandestinamente ao Brasil e, até 1979, viveu no interior do Paraná, tendo feito cirurgia plástica no nariz para não ser reconhecido pelos militares e adotado nova identidade. Retornou a São Paulo em dezembro 1979, beneficiado pela Lei da Anistia. Reingressou na PUC-SP e em 1983 concluiu o curso de Direito. Posteriormente fez pós-graduação em Economia na mesma universidade.

José Dirceu participou da fundação do PT, como um ex-preso político exilado de volta ao Brasil. "Assinei a ata de fundação com o sentimento de que acabava de readquirir meus direitos políticos e minha nacionalidade, que a ditadura roubara. O PT entrou em minha vida para não mais sair", lembra o novo ministro.

No partido, foi secretário de Formação Política e secretário geral do Diretório Nacional. Na Assembléia Legislativa paulista, assistente jurídico, auxiliar parlamentar e assessor técnico entre os anos de 1981 a 1986. Participou ativamente do movimento pela anistia aos processados e condenados por atuação política, além da coordenação da campanha Diretas Já, pelas eleições diretas para presidente da República.

Em 1986 elegeu-se deputado estadual com 23.990 votos e, durante essa legislação, teve importante participação na Constituinte Estadual (1989), na restauração das prerrogativas do Legislativo e nas áreas de segurança pública, ciência e tecnologia e no combate aos "trens da alegria". Também em 1989 foi um dos principais coordenadores da campanha presidencial do Lula e da Frente Brasil Popular.

Em 1990 elegeu-se deputado federal (PT-SP) com 35.329 votos. Foi membro das Comissões de Constituição e Justiça, Defesa Nacional, Reforma da Legislação Eleitoral e Partidária, Ciência, Tecnologia e Comunicações. Reelegeu-se para a Câmara Federal em 1998 com 113.659 votos.

Na atual legislatura, José Dirceu apresentou projetos de lei de autoria de controle e fiscalização das Urnas Eletrônicas, de controle sobre aquisição de imóveis na Amazônia por estrangeiros e ainda propostas para que o Congresso se manifeste sobre acordos e tratados internacionais e outra que dispõe sobre nepotismo no serviço público.

Em 16 de setembro de 2001, José Dirceu foi reeleito presidente Nacional do PT, dando continuidade ao processo de modernização, construção partidária e a proposta de levar o PT a governar o Brasil.

Integrante da coordenação das campanhas eleitorais de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 89, 94 e 98, José Dirceu assumiu a importante tarefa histórica de ser o coordenador geral da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República. Nas eleições de outubro último, o deputado obteve 556.563 votos, sendo o segundo deputado mais votado do Brasil.