Observatório Nacional ganha três novos prédios

08/12/2002 - 9h16

Rio, 8/12/2002 (Agência Brasil - ABr) - O Observatório Nacional, uma das mais antigas instituições brasileiras de pequisa, ensino e prestação de serviços tecnológicos, completa 175 anos apostando na revitalização e na expansão de suas atividades. Três novos prédios estão sendo construídos, dois no campus da instituição, em São Cristovão, e outro no município de Vassouras, onde funciona a sua subsede.

O primeiro prédio abrigará os relógios atômicos que produzem a hora legal brasileira e todos os equipamentos necessários para o fornecimento dos serviços de sincronismo de tempo do setor econômico-financeiro e a certificação digital de documentos, que é considerada fundamental para efeitos jurídicos.

A construção do segundo prédio é para abrigar a parte de preservação documental do Museu de Astronomia e engloba, também, a expansão dos laboratórios de Geofísica. Já no prédio de Vassouras serão colocados dois gravímetros absolutos para medir a força da gravidade, considerados fundamentais para inúmeras grandezas físicas.

O Observatório Nacional foi criado, oficialmente, em 15 de outubro de 1827, mas sua origem é anterior. Dados comprovam que os padres jesuítas instalaram em 1730 um observatório no Morro do Castelo. No mesmo local, astrônomos portugueses Sanches Dorta e Oliveira Barbosa montaram outro laboratório em 1780, realizando observações regulares de astronomia, meteorologia e magnetismo terrestre.

Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, o acervo desse observatório foi transferido para a Academia Real Militar e ficou sob a administração militar em diferentes unidades e localizações, até 1871, período em que foi utilizado quase que exclusivamente para instrução de alunos de escolas militares de terra e mar. Reestruturado, dedicou-se à pesquisa e prestação de serviços à sociedade em meteorologia, astronomia, geofísica e na medição do tempo e determinação da hora. Muitas mudanças ainda ocorreram até que o antigo Observatório do Rio de Janeiro fosse transformado em Observatório Nacional e transferido definitivamente, em 1920, para o Morro de São Januário, em São Cristóvão,onde encontra-se até hoje

Entre os valiosos trabalhos prestados pela instituição, no século XIX, estão o estabelecimento e demarcação de parte de nossas fronteiras e a expedição, chefiada por Luis Cruls, realizada no Brasil Central, entre 1892 e 1893, para a escolha do local onde seria construída a nova capital - Brasília. Cruls era engenheiro militar e astrônomo belga, naturalizado brasileiro, que foi diretor do Imperial Observatório (1881/1908) e professor da Escola Militar. Ele recebeu em 1882 o prêmio Valz da Academia de Ciências de Paris por seus trabalhos sobre observação de planetas.