Criador do Zé Gotinha doa obras ao Museu da Funasa

06/05/2002 - 20h14

Brasília, 6 (Agência Brasil - ABr) - O museu da Fundação Nacional de Saúde (Funasa) recebeu, na semana passada, 65 obras de artistas da capital federal, doadas pelo artista plástico mineiro Darlan Rosa, radicado em Brasília. As telas e esculturas retratam o personagem Zé Gotinha, símbolo da erradicação da poliomielite no Brasil e das campanhas de vacinação infantil, realizadas anualmente pela Funasa. A solenidade de entrega das obras ocorreu na sexta-feira da semana passada, no auditório do prédio do Museu da Funasa. Uma das telas foi produzida por Athos Bulcão, artista plástico pioneiro de Brasília, criador de azulejos que decoram vários edifícios da capital federal, como, por exemplo, o Teatro Nacional.

As obras foram produzidas por ocasião da inauguração da Galeria Darlan Rosa, que fica no Espaço Cultural Renato Russo (508 Sul), em Brasília. O personagem foi criado em 1986 pelo artista plástico Darlan Rosa. O Ministério da Saúde realizou um concurso nacional para que fosse dado um nome ao personagem. Crianças do Brasil inteiro escolheram Zé Gotinha.

Desde então, esse é o símbolo da Campanha de Vacinação que erradicou a poliomielite e mantém o vírus afastado do país. Anos mais tarde, o personagem foi adotado também para outras vacinas infantis com uma cor diferente para cada uma: branco para a pólio, vermelho para o sarampo, azul-marinho para tuberculose, azul-claro para coqueluche, laranja para difteria e verde para tétano. Estiveram presentes à cerimônia o presidente da Funasa, Mauro Ricardo Costa, o diretor do Centro Nacional de Epidemiologia (Cenepi), Jarbas Barbosa, a coordenadora-geral do Programa Nacional de Imunizações (PNI), Maria de Lourdes Sousa Maia, o coordenador do Programa de Promoção à Saúde da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Miguel Malo, a representante no Brasil do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Reiko Nimii, além do artista plástico Darlan Rosa.

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite é realizada em duas etapas anuais pela Funasa, em parceria com as secretarias estaduais e municipais de Saúde. Em 2002, a primeira etapa será no dia 15 de junho e a segunda em 24 de agosto. O Brasil vacinou mais de 17,2 milhões de crianças contra poliomielite na segunda etapa da Campanha Nacional de Imunizações realizada no dia 25 de agosto do ano passado. A meta de vacinar 16,7 milhões de crianças foi
ultrapassada em mais de 400 mil.

Na primeira etapa, realizada no dia 09 de junho, a meta também foi ultrapassada, com a imunização de 17,9 milhões de crianças. O investimento total nas duas etapas da campanha foi de R$ 23 milhões. Foram empregados R$ 11 milhões na aquisição das doses, R$ 6 milhões em publicidade e outros R$ 6 milhões para os estados operacionalizarem a campanha, repassados fundo a fundo.

O último caso de poliomielite no Brasil foi registrado no município de Sousa, na Paraíba, em 1989. Nos últimos quatro anos, as Campanhas Nacionais de Vacinação têm alcançado 100% da meta, vacinando todas as crianças menores de cinco anos. A vacinação é importante porque o poliovírus, causador da doença, pode ser reintroduzido no Brasil, pois a doença ainda ocorre em outros países.

A poliomielite ainda é comum em vários países do mundo. Em 2001, 18 países registraram casos da doença, entre eles, Haiti, país próximo da América do Sul.