Assessora de Bush acusa Iraque de ter treinado membros de Al Qaeda

26/09/2002 - 9h46

Brasília, 26 (Agência Brasil - ABr/CNN) - A assessora de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, acusou o presidente do Iraque, Saddam Hussein, de dar guarida a membros da rede terrorista Al Qaeda em Bagdá e de ter ajudado a treinar alguns deles para o desenvolvimento de armas químicas. Ela disse que as informações são baseadas em depoimentos de prisioneiros capturados na guerra contra o terrorismo. As informações são da CNN.

Os comentários da assessora são, até o momento, os mais fortes e específicos em relação às alegações de que o Iraque teria vínculos com a rede de Osama bin Laden. O presidente George W. Bush e o secretário da Defesa, Donald Rumsfeld, já haviam declarado que o governo norte-americano possuía provas ligando o Iraque a Al Qaeda, mas não chegaram a entrar em detalhes.

As alegações vêm à tona enquanto a Casa Branca tenta dissipar críticas do líder da maioria no Senado, o democrata Tom Daschle, que chamou de "escandalosos" os esforços do governo para ganhar dividendos políticos com o debate sobre o Iraque.

Rice disse ontem (25), durante uma participação no programa "The NewsHour with Jim Lehrer", do canal de televisão norte-americano PBS, que o governo sabe "que autoridades iraquianas vêm há muito tempo mantendo contatos com membros de Al Qaeda". "Nós sabemos também que vários dos prisioneiros, em particular os que ocupavam posições importantes na organização, disseram que o Iraque fornecia treinamento a Al Qaeda para o desenvolvimento de armas químicas", afirmou Rice.

"Portanto, há sim contatos entre o Iraque e Al Qaeda. Nós sabemos que Saddam Hussein tem uma longa história de envolvimento com terrorismo em geral. E alguns membros de Al Qaeda encontraram refúgio em Bagdá", acrescentou. "Há claramente contatos entre Al Qaeda e o Iraque que podem ser documentados".

No entanto, Rice observou que o governo norte-americano não estava alegando, nesse momento, que Saddam teria tido algum controle operacional sobre os atentados de 11 de setembro de 2001. "Essa história está se desdobrando e ficando mais clara à medida que apuramos mais informações. Quando o quadro estiver claro, nós o revelaremos", completou.