"Eu não desviei recursos, eu não roubei, não superfaturei", diz Cassol em discurso no Senado

14/08/2013 - 21h19

Mariana Jungmann
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O senador Ivo Cassol (PP-RO) compareceu ao Senado hoje (14), pela primeira vez, após sua condenação pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por fraudes em licitações na cidade de Rolim de Moura (RO), quando era prefeito. Em discurso, Cassol disse que ocorreram erros técnicos nos processos licitatórios por desconhecimento, e não por má-fé. Ele pediu o apoio dos colegas senadores e garantiu que é inocente. “Eu não envergonhei o Senado. Eu não desviei recursos, eu não roubei, não superfaturei, eu não paguei obras que não foram executadas”, disse o senador.

Após a condenação com pena de quatro anos e oito meses de prisão em regime semiaberto, o Senado deverá abrir processo de cassação do mandato de Cassol. Ele voltou a dizer que é inocente e disse que irá usar todos os recursos possíveis para tentar modificar o resultado da decisão da Corte. “Não houve má-fé, tanto que os ministros reconheceram que não houve desvio de dinheiro ou superfaturamento. O que houve foi falta de conhecimento técnico”, disse. “Fui condenado, 15 anos depois, com as obras concluídas, por uma interpretação dada pelo Supremo Tribunal Federal a qual eu respeito, porque é a nossa Corte máxima, mas não concordo”, completou.

O discurso de Cassol foi feito logo após a Ordem do Dia no Senado, com o plenário já parcialmente esvaziado. Cinco senadores fizeram apartes, sendo três deles do PP – partido de Ivo Cassol. Entre os que fizeram apartes, está o senador Jayme Campos (DEM-MT) que disse estar convencido da inocência do senador. “O senhor pode contar comigo. Sou solidário a Vossa Excelência e acredito em tudo o que Vossa Excelência acabou de falar”, disse Campos.

Cassol também contará com o apoio de seu partido. “O julgamento não terminou e o senhor conta com total solidariedade do PP”, disse o presidente do partido, senador Ciro Nogueira (PI). O discurso também foi acompanhado pelo presidente de honra do PP e líder do partido no Senado, Francisco Dornelles (RJ).

A Mesa Diretora do Senado ainda não se pronunciou sobre como correrá o processo de cassação de Ivo Cassol. O mais provável é que os senadores aguardem a conclusão do processo no Supremo, com análise de recursos e publicação do acórdão (resultado final), para definir a situação dele na Casa.

Edição: Carolina Pimentel

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