Governo do Rio diz ser possível evacuar Maracanã em oito minutos sem demolir estádio de atletismo e parque aquático

10/04/2013 - 21h27

Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro – A evacuação completa do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, pode ser feita em oito minutos, conforme deseja a Federação Internacional de Futebol (Fifa), mesmo com a preservação do Estádio de Atletismo Célio de Barros e do Parque Aquático Julio de Lamare. A possibilidade foi admitida hoje (10) pelo secretário da Casa Civil do governo do Rio, Regis Fichtner, contrariando discurso adotado até o momento, que pregava a necessidade de demolição das duas estruturas esportivas como forma de garantir a rapidez de saída dos torcedores do estádio em caso de emergência.

Durante entrevista à imprensa, convocada para comentar a ação civil pública ajuizada hoje pelo Ministério Público Estadual, que pede liminarmente a suspensão do processo de licitação do Complexo do Maracanã, que engloba o ainda o Ginásio Gilberto Cardoso, o Maracanazinho, Fichtner disse que havia condições de retirar o público dentro do tempo estipulado pela Fifa já para a Copa das Confederações, que começa no dia 15 de junho, mesmo sem demolir o Julio de Lamare e o Célio de Barros.

“Cumprirá [a exigência da Fifa], com certeza. Mas não como a gente quer fazer, da melhor maneira de evacuar o estádio. Vamos encontrar outras formas do público sair no tempo previsto pela Fifa”, declarou Fichtner. Segundo ele, a demolição do estádio de atletismo e do parque aquático visa também a uma nova conformação do entorno do Maracanã.

“O complexo do Maracanã precisa - para sua sustentabilidade e para o conforto do público - que a gente construa estacionamentos e uma área de lazer. Porque temos que maximizar essa vocação para sua atividade fim, que são jogos de futebol, vôlei e basquete. [A demolição] também é para a evacuação, mas não é o único motivo. Mesmo que não houvesse o problema da evacuação, a gente faria [a demolição], porque queremos dar ao complexo do Maracanã uma outra conformação”, disse o chefe da Casa Civil.

O edital de concessão do Complexo do Maracanã, lançado em 25 de fevereiro deste ano, prevê que o vencedor deverá demolir o Julio de Lamare e o Célio de Barros, para dar espaço a dois edifícios-garagem com 2 mil vagas, mais área reservada para lojas e unidades comerciais no térreo. Também estão previstos um heliporto e um prédio para abrigar o Museu do Futebol.

A demolição dos espaços esportivos é contestada por atletas, que têm ali o único lugar apropriado de treino, além de entidades que utilizam a área para a execução de projetos sociais com centenas de crianças e adolescentes. Segundo o promotor Eduardo Santos de Carvalho, que assina a ação, já foram investidos recursos públicos da ordem de R$ 1,228 bilhão no Complexo do Maracanã, desde os Jogos Pan-Americanos de 2007.

No começo da noite, a Justiça do Rio concedeu liminar suspendendo a licitação do Complexo do Maracanã.

 

Edição: Aécio Amado

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