Anistia Internacional pede investigação sobre mortes de civis durante operação no Mali

01/02/2013 - 12h33

Carolina Gonçalves*
Repórter da Agência Brasil

 

Brasília – A organização não governamental Anistia Internacional pediu hoje (1º) que autoridades da França e do Mali investiguem a morte de civis durante ataques aéreos feitos na operação de retirada de grupos extremistas do território africano. De acordo com o relatório divulgado pela organização, o Exército do Mali prendeu e executou cerca de duas dezenas de civis no Norte do país.

O porta-voz da Anistia Internacional, Gaëtan Mootoo, destacou o ataque à localidade de Konna, no primeiro dia da intervenção francesa, no último dia 11, quando morreram cinco civis, incluindo uma mãe e os seus três filhos. Segundo ele, os resultados da investigação devem ser divulgados para que a comunidade internacional consiga avaliar se houve violação do direito internacional. Autoridades francesas asseguraram que não foram responsáveis pela intervenção militar.

Representantes da Anistia Internacional ainda afirmaram que testemunhos feitos à organização revelam que no dia 10 de janeiro o exército maliano prendeu e executou mais de 20 civis, em Sévaré.

A ONG recomendou que as investigações sigam critérios de independência e imparcialidade e que todos os suspeitos de envolvimento nas violações de direitos humanos sejam suspensos. De acordo com o relatório, grupos rebeldes também teriam recrutado crianças para participar das ações de resistência.

O presidente francês, François Hollande, deve visitar o Mali amanhã (2). Acompanhado pelos ministros da Defesa, Jean Yves Le Drian, e das Relações Exteriores, Laurent Fabius, Hollande pretende se encontrar com o presidente interino do país, Diocunda Traoré, para avaliar a situação das tropas e o combate aos extremistas. A agenda francesa na África também prevê uma visita à cidade de Tombuctu, uma das últimas províncias liberadas pelos grupos radicais islâmicos.

As tropas militares francesas permanecem no Mali, ao Norte da cidade de Kidal, onde se refugiaram combatentes da Al Qaeda e extremistas do grupo Ansar Dine. O exército francês bombardeia posições rebeldes nessa área há vários dias, para destruir depósitos de armas e munição e campos de treinamento dos rebeldes.

O Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas deve debater nos próximos dias a possibilidade de manter alguns militares franceses no país nos próximos meses para garantir a segurança da população contra os extremistas e a realização de eleições.

 

* Com informações da agência pública de notícias de Portugal Lusa e da Rádio França Internacional

 

Edição: Lílian Beraldo

 

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