Policiais federais doam sangue em manifestação por aumento de salário

04/07/2012 - 17h26

Da Agência Brasil

Brasília – Delegados, peritos e servidores administrativos da Polícia Federal (PF) de todo o Brasil doaram sangue hoje (4) como forma de reivindicar melhores condições de trabalho. A ação faz parte da campanha A Polícia Federal Dá o Sangue pelo Brasil, mas Governo Não Reconhece. Em Brasília, cerca de 80 funcionários do órgão doaram sangue na Fundação Hemocentro.

Os policiais reivindicam a restruturação da carreira administrativa, recomposição salarial, cumprimento do plano estratégico de modernização do órgão, o fim de contratações terceirizadas e desvio de funções.

O protesto foi articulado pelo Movimento Unido em Defesa da Polícia Federal (Mude PF), que reúne a Associação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (ADPF), Associação Nacional dos Peritos Criminais Federais (APCF), o Sindicato Nacional dos Servidores do Plano Especial de Cargos da Polícia Federal (SinpecPF) e a Federação Nacional dos Delegados de Polícia Federal (Fenadepol).

Para Marcos Leôncio Sousa Ribeiro, presidente da ADPF, a ação visa mostrar os problemas enfrentados pelo órgão à população. "Estamos lutando contra o sucateamento desta instituição que presta serviços tão importantes para a sociedade, já que combatemos o crime organizado e a corrupção. A população reconhece o nosso trabalho, mas o governo não. Já apresentamos todas essas propostas e o governo ainda não negociou nada", disse.

Segundo Marcos Ribeiro, muitos policiais federais estão deixando a carreira e migrando para outros órgãos com melhor remuneração. "O policial federal hoje está perdendo para outras categorias. A média [salarial] de um agente é R$ 7 mil por mês, de um delegado é R$ 13 mil, enquanto policiais civis do Paraná, por exemplo, recebem R$ 21 mil desde o dia 1º de maio. É injusto. Os governos estaduais negociam e remuneram melhor os policiais que o governo federal", contou.

O governo do Paraná reajustou a tabela salarial da Polícia Civil, que varia de R$ 4 mil a R$ 21 mil, dependendo do posto na corporação e o tempo de serviço.

O presidente da APCF, Hélio Buchmuller, disse que a PF pode entrar em greve, caso o governo não apresente propostas. “Greve é ruim para todos, mas é nosso último recurso. Se nada for negociado, esse recurso pode ser utilizado”, salientou.

O Ministério do Planejamento informou à Agência Brasil que a pauta de reivindicações dos sindicatos ligados aos policiais federais está em análise. A expectativa, segundo o órgão, é dar uma resposta até o dia 31 de julho aos mais de 50 sindicatos envolvidos na negociação.

Edição: Carolina Pimentel