Stênio Ribeiro
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Brasil não conseguiu fazer economia em agosto para pagamento dos juros da dívida pública, representada pelo superávit primário. Ao contrário, o setor público consolidado (União, estados, municípios e empresas estatais) registrou déficit primário de R$ 432 milhões, sendo R$ 55 milhões do Governo Central, R$ 174 milhões dos governos regionais e R$ 203 milhões das estatais.
Foi o pior mês de agosto nas contas públicas de 2010 para cá, de acordo com o chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Túlio Maciel. O déficit de agosto ficou distante da economia de R$ 2,28 bilhões em julho e dos R$ 5,42 bilhões de superávit obtido em junho.
No acumulado de janeiro a agosto, a economia para pagamento da dívida soma R$ 54,01 bilhões, equivalentes a 1,73% do Produto Interno Bruto (PIB, soma das riquezas produzidas no país). Mas é um superávit aquém dos R$ 74,22 bilhões (2,58% do PIB) contabilizados em igual período do ano passado. O superávit primário tem caído gradativamente em relação aos R$ 96,54 bilhões no mesmo período de 2011.
As despesas com o pagamento de juros da dívida somaram R$ 21,87 bilhões em agosto, com leve declínio em relação a julho, quando foram gastos R$ 23,39 bilhões, porque o mês passado teve menos dias úteis. No ano, os juros nominais somam R$ 163,35 bilhões, ante R$ 147,58 bilhões em igual período de 2012, e nos últimos 12 meses acumula R$ 229,64 bilhões, ou 4,94% do PIB.
O resultado nominal, que inclui o superávit primário e os juros nominais apropriados, foi deficitário em R$ 22,3 bilhões em agosto, e no ano o déficit atinge R$ 109,3 bilhões, elevando-se R$ 36 bilhões em relação ao mesmo período do ano passado. Em 12 meses, o déficit chega a R$ 144,9 bilhões (3,12% do PIB).
Edição: Beto Coura
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