Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – Companhias de seis estados brasileiros, além da Itália e Holanda, vão levar o teatro às ruas de 18 cidades paulistas, incluindo a capital. No total, são 22 espetáculos que compõe a Mostra Sesc de Teatro de Rua, que começou na sexta-feira (20) e vai até o próximo dia 29. Também fazem parte da programação atividades de formação, como palestras, oficinas e conversas com os elencos.
Podem ser vistos trabalhos de grupos veteranos, como o Galpão, de Minas Gerais, e de companhias mais novas, como o Instituto Garajal de Arte e Cultura Popular, do Ceará. As apresentações ao ar livre, que aproveitam o movimento da cidade, são, segundo Fernandes, essencialmente conectadas às demandas da sociedade atual.
“O teatro de rua nunca esteve tão antenado às questões contemporâneas. Ele é uma linguagem que sempre prestou atenção ao que estava envolta. Ele precisa fazer isso, porque, se não fizer, ele é engolido pelo lugar onde está”, diz o curador. “Mais do que nunca ele está prestando atenção em um contexto maior, que não é só da sua apresentação, mas um contexto social, estético, artístico que está inserido”.
A necessidade de estabelecer novas formas de interação com o público é, na opinião de Fernandes, uma das principais razões para as companhias optarem por trabalhar nas ruas. “Aproximar-se do público de maneiras diferentes faz também parte das inquietações desses grupos. Eles vão buscar a rua para responder a isso”, disse. Ao mesmo tempo, o espaço não controlado traz mais desafios. “Conviver no espaço da rua hoje é muito complicado, porque cada um está no seu mundinho, com seus iPads, iPhones, fone de ouvido. Como você faz essa pessoa parar por um instante para ver um espetáculo? A técnica, o discurso, a forma tem que dialogar com isso também”.
A programação completa está na disponível na página do festival.
Edição: Fábio Massalli
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil