Cristina Indio do Brasil
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro -O Ministério da Cultura (MinC) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) vão desenvolver projetos nas áreas de cultura e da saúde, principalmente nos locais onde são instalados os centros de Artes e de Esportes Unificados (CEUs). A parceria foi assinada hoje (5) pela ministra Marta Suplicy e pelo presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha.
"A cultura é o alimento da alma, mas a alma está dentro de um corpo que é saúde. Então é tudo ligado. E nós queremos alimentar o que temos condições de alimentar imaterialmente que é a alma. A Fiocruz nos dá condições de fazer isso cada vez melhor”, disse a ministra.
Na avaliação da ministra, o Instituto Oswaldo Cruz, uma das unidades da Fiocruz, é uma referência mundial e os seus estudos cruzam fronteiras. Por isso, a parceria é a possibilidade de ajuda concreta da Fiocruz com reciprocidade por parte do ministério para formar mais agentes relacionados à cultura com o olhar para a saúde.
Marta informou que as pessoas que têm a possibilidade de atualizar o seu potencial e ter um lazer de qualidade ficam menos doentes e têm menos depressão. Ela disse que verificou isso nos CEUs de São Paulo, onde idosos deixaram de tomar remédios para depressão depois que começaram a frequentar os centros, por terem a vida mais preenchida. A ministra está animada com o trabalho conjunto. “A perspectiva é que caminhe bem. Os outros acordos que a gente tem são muito importantes para o ministério, que tem poucos recursos e quando encontra parceiros do nível da Fiocruz nós potencializamos as nossas expertises e isso tem funcionado muito bem”.
O diretor de Programas Especiais de Infraestrutura Cultural do MinC, Germano Ladeira, explicou que a mobilização social e a preparação da comunidade para receber os equipamentos para a gestão pós-obra são uma meta importante dos CEUs . “A parceria com a Fiocruz vem no sentido de ajudar a construir essa identidade, de permitir a apropriação do espaço e fazer a programação de todas as ações decorrentes do processo de finalização da instalação de infraestrutura”, esclareceu.
Segundo o diretor, o alvo é a estruturação das redes de saúde e cultura; e de cidadania e qualidade de vida. Ele deu como exemplo a preparação das comunidades para o desenvolvimento naqueles espaços de ações complementares de saúde. “O equipamento já é preparado para outras ações como desenvolvimento social, de esportes e de cultura. Então podemos fazer ali campanhas de conscientização para aquelas comunidades que normalmente são desprovidas de todo tipo de equipamento social”, disse.
Para o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, além dos projetos específicos, a fundação vai dar suporte estratégico para garantir a ligação da cultura e da saúde. “ Agimos diretamente em questões de territórios, observatórios e situações ligadas aos museus. Temos agora a possibilidade de pensar esse trabalho conjunto no sentido mais amplo, do ponto de vista estratégico de como a Fiocruz pode ter uma interlocução e ajudar na interface entre cultura e saúde”, disse.
Esta não foi a primeira vez que o ministério da Cultura e a Fiocruz acertaram parcerias. A primeira foi assinada em 2005, pelo então ministro Gilberto Gil, para, entre outros pontos, formar a Rede do Patrimônio Cultural da Saúde. Depois veio o convênio de 2007 a 2009 de interface saúde mental e cultura para pessoas em sofrimento psíquico. O último, de 2008 a 2010, formou a Rede Saúde e Cultura: Promovendo Inclusão e Qualidade de Vida.
Edição: Fábio Massalli
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