Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Manifestantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP) fecham, neste momento, os dois sentidos da Avenida Paulista. Eles pedem o cancelamento dos leilões do petróleo, o fim dos leilões de privatização de usinas hidrelétricas em poder da União e auxílio às pessoas atingidas por construção de barragens. Cerca de 45 ônibus levaram manifestantes até o local. Segundo os organizadores, 2 mil pessoas participam do ato. Números da Polícia Militar indicam que mil manifestantes estão na região. A ação começou por volta das 11h.
Após concentração na Praça Oswaldo Cruz, no Paraíso, o grupo iniciou a caminhada pela Avenida Paulista em direção à Avenida Consolação. Eles pretendem protocolar um documento que enumera essas questões no escritório da Presidência da República em São Paulo, localizado na Avenida Paulista.
Gilberto Cervinski, coordenador nacional do MAB, reivindica do governo uma política de direitos que pague indenizações aos atingidos por construção de barragens. De acordo com ele, aproximadamente 35 grandes hidrelétricas devem ser construídas até 2021 no país. “Os atingidos não sabem quais são seus direitos, ou se eles vão ter direitos”, disse.
“Pelos estudos do governo, 62 mil pessoas serão atingidas até 2021, isso é mentira porque tem 30 mil em Belo Monte e 35 mil em Marabá. Essas duas já superam essa quantidade de 62 mil. Com todas as demais, pela nossa experiência, certamente vão atingir 250 mil pessoas”, declarou Cervinski.
Além disso, o coordenador do MAB defendeu o cancelamento dos leilões das 12 hidrelétricas que foram devolvidas à União. “Elas podem oferecer ao povo tarifas mais baixas, mas se privatizar, nós vamos continuar pagando tarifas mais caras porque as privatizações fazem o povo brasileiro pagar uma das tarifas mais caras do mundo”, declarou.
João Antônio de Morais, coordenador-geral da FUP, pede o fim dos leilões do petróleo do Pré-Sal. “Isso vai contra os interesses do povo brasileiro, tanto na sua soberania energética, quanto também no desenvolvimento nacional”, disse.
Segundo Morais, o governo já fez 11 desses leilões e o próximo está marcado para 12 em outubro. “Nós vamos lutar para que o governo se sensibilize e suspenda esse leilão, temos certeza de que esses leilões são desserviço ao povo brasileiro”, disse.
Edição: Talita Cavalcante
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