Jorge Wamburg
Repórter da Agência Brasil
Brasília – A Helicoverpa armigera é uma lagarta que chegou ao Brasil este ano e tem causado graves prejuízos às lavouras de algodão, milho e soja, entre outras. Por isso, ela será um dos principais temas científicos do 9º Congresso Brasileiro do Algodão, que começa amanhã em Brasília e espera receber 2,5 mil visitantes, inclusive do exterior, para discutir as tendências do setor e a crescente importância da cotonicultura brasileira no cenário mundial.
Segundo o presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), Gilson Pinesso, a praga não existia no Brasil, mas a lagarta se transforma em borboleta e consegue voar até mil quilômetros, bota ovos e gera novas lagartas, o que explica seu surgimento nas lavouras algodoeiras do país. “Ela come a maçã do algodão com tal voracidade que destrói toda a plantação”, disse Pinesso. Outro assunto que, segundo ele, estará em pauta no Congresso é o do preço mínimo do algodão, que não é reajustado há mais de dez anos.
De acordo com o presidente do Congresso, Milton Garbugio, essa edição do evento, que tem como tema geral Algodão, Gestão e Otimização de Resultados, será dividida em duas etapas. “Adotamos estrutura diferenciada das outras edições, com dois dias dedicados ao Módulo Negócios e dois ao Módulo Científico, para dar mais dinâmica aos debates e garantir a participação maior dos congressistas”, disse Garbugio, que também preside a Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa).
O público-alvo do Congresso é formado pelas principais lideranças do segmento, empresas que investem diretamente no setor e por todos os envolvidos na cadeia produtiva do algodão.
A partir da safra 2013/14, o produtor brasileiro certificado pelo programa Algodão Brasileiro Responsável (ABR) será automaticamente licenciado pela Better Cotton Initiative (BCI), iniciativa que busca garantir uma produção mundial ecologicamente correta. Segundo Gilson Pinesso, “O Brasil já é o maior produtor de algodão BC no mundo e com essa harmonização dos protocolos a tendência é termos um crescimento ainda maior”.
Apesar desse otimismo, os dados da Abrapa indicam que este ano a safra será menor que a de 2011/2012, quando atingiu 1,877 milhão de toneladas. Isso porque houve redução de 33% da área plantada, já que existe muita oferta do produto no mercado. Para este ano, portanto, a produção não passará de 1,263 milhão de toneladas.
Para a safra 2013/2014, a previsão é de alta de 28% na área plantada, o que deve elevar a produção para 1,422 milhão de toneladas. A produção mundial do produto este ano está estimada em 25,587 milhões de toneladas. A China, maior produtor mundial de algodão, tem safra estimada em 7,284 milhões de toneladas.
Edição: Denise Griesinger
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