Renata Giraldi
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, defendeu hoje (22) a investigação independente das denúncias de uso de armas químicas na Síria. Segundo ele, é necessário, porém, ter cautela para apontar os responsáveis. Patriota disse que o uso de armas químicas eleva o nível de preocupação com a Síria, que há dois anos e cinco meses enfrenta clima de guerra. Há informações de que aproximadamente 1,3 mil pessoas tenham morrido nos últimos dias, inclusive crianças e adolescentes, em decorrência do uso de armas químicas.
“São extremamente preocupantes essas alegações de uso de armas químicas. A presidência do Conselho de Segurança [da ONU] recomendou investigação independente, seja como for, a confirmação traz uma nova dimensão ainda mais preocupante e grave sobre a situação [na Síria]. Existe uma missão das Nações Unidas que poderá, esperamos, ser autorizada a proceder com as investigações”, disse o chanceler.
Patriota participa de audiência pública na Comissão de Relações Exteriores da Câmara destinada a discutir temas referentes à política externa brasileira. Por mais de 40 minutos, o chanceler mencionou os principais assuntos da área e alertou sobre a preocupação com o agravamento da crise não só na Síria, mas também no Egito, além da ausência de uma solução para o impasse de Israel e Palestina.
Ativistas políticos na Síria disseram hoje que o bombardeio, com uso de armas químicas, nos arredores de Damasco, capital do país, permanece intenso. Segundo eles, milhares de pessoas foram mortas nos últimos dois dias em decorrência do uso de armas químicas pelo governo do presidente sírio, Bashar Al Assad. O governo nega as acusações.
O Conselho de Segurança da ONU se reuniu ontem (21) à noite, mas não conseguiu chegar a acordo para pedir formalmente que seja feita uma investigação sobre o ataque químico de ontem (21).
Desde o início dos confrontos na Síria, em março de 2011, morreram mais de 100 mil pessoas e aproximadamente 7 milhões de sírios precisam de ajuda humanitária de emergência, de acordo com o balanço da ONU. Os confrontos foram deflagrados pela disputa política entre a oposição e o presidente Bashar Al Assad. Assad que é pressionado a deixar o poder, mas resiste em abrir mão do governo.
Edição: Talita Cavalcante
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