Ana Cristina Campos
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um dia depois de dizer que o governo está avaliando o pedido da Petrobras de reajuste nos preços dos combustíveis, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse hoje (14) que ainda não há definição sobre o aumento. Perguntado se houve avanços na discussão ou reunião marcada para tratar do assunto, o ministro respondeu que “não”, após participar da cerimônia de abertura do lançamento do certificado e do selo de energia renovável da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel) e da Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica).
Ontem (13), o ministro disse que os preços de combustíveis estão defasados e que os reajustes têm sido episódicos. “Nenhum aumento de preços é bom. Não estamos dizendo que se vai atender à reivindicação da Petrobras, estamos examinando”, disse Lobão.
A Abragel e a Abeeólica lançaram a certificação de empreendimentos de geração de energia renovável que cumpram requisitos pré-estabelecidos relativos a aspectos ambientais e socioeconômicos. O selo, por sua vez, é obtido pelas empresas que compram a energia certificada para diferenciar seus produtos e serviços.
Hoje, foram entregues certificações de energia renovável para três pequenas centrais hidrelétricas e para dois complexos eólicos. “Os projetos são auditados e o empreendimento passa a ter um certificado de que produz energia limpa e renovável. Quem compra energia desse empreendimento ganha um selo, o que agrega valor para os dois lados da cadeia produtiva”, disse o presidente da Abragel, Charles Lenzi.
Segundo a presidenta executiva da Abeeólica, Elbia Melo, os projetos envolvem energia hídrica, eólica e biomassa, e a certificação custa cerca de R$ 20 mil. “Criamos esse produto diferenciado que atende a grandes consumidores que compram no mercado livre de energia e terão a possibilidade de adquirir energia limpa e renovável”, disse.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que também participou do evento, rebateu as críticas sobre a matriz energética brasileira, baseada em hidrelétricas. “Muitos países que nos criticam dificilmente terão a matriz limpa e renovável como a nossa”, disse.
Lobão também condenou as críticas externas a respeito do modelo energético brasileiro. “O sistema elétrico brasileiro polui menos que o rebanho bovino brasileiro ruminando à noite. Então, não me venham falar sobre poluição no Brasil por conta do sistema elétrico, que não existe. O mundo tem 50% de energia oriunda de termoelétricas que são poluentes. Temos uma matriz energética limpíssima”, argumentou, em referência aos impactos da pecuária no meio ambiente, como degradação do solo e a emissão de gases poluidores.
Edição: Carolina Pimentel
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