Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza da comunidade da Rocinha, que hoje (14) completa 30 dias, não é um caso isolado, afirmou o diretor executivo do movimento Rio de Paz, Antonio Carlos Costa. "Tem muito Amarildo por aí”, disse à Agência Brasil o representante do Rio de Paz, uma das organizações que apoiam a manifestação prevista para esta noite, na comunidade da Rocinha, para lembrar o caso do pedreiro e de outros desaparecidos.
No dia 14 de julho, Amarildo foi levado para averiguação por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha e não foi mais visto. O protesto é iniciativa dos parentes de Amarildo e da comunidade local. Segundo Antonio Carlos Costa, os manifestantes estenderão uma faixa de 8 metros de comprimento na passarela da Rocinha, com a pergunta “Quem matou Amarildo?”. A manifestação será feita à noite para aproveitar a hora em que as pessoas estão voltando do trabalho para casa.
O objetivo da manifestação é pressionar as autoridades para que deem solução ao caso do pedreiro e dos demais “Amarildos” do Rio de Janeiro. “Temos, só neste governo, 35 mil pessoas desaparecidas – não se sabe quantas morreram – e um número incontável de gente que não teve o registro de desaparecimento feito em delegacia. E muito cemitério clandestino. Estamos denunciando isso. É gravíssimo”, afirmou Costa.
O próximo ato do movimento Rio de Paz será o Ocupa Copacabana, programado para 6 de setembro. A manifestação, em frente ao Hotel Copacabana Palace, começará às 18h do dia 6, véspera do feriado da Independência. Às 7h do dia 7 de setembro, os manifestantes acenderão centenas de pontos luminosos e apresentarão três reivindicações: melhoria dos serviços públicos, combate à corrupção e políticas públicas para diminuição das desigualdades sociais.
Antonio Carlos Gomes disse que o protesto de setembro poderá incluir a situação do ajudante de pedreiro da Rocinha, se, até lá, o caso não tiver sido esclarecido.
Edição: Nádia Franco
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