Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Segurança, emprego e saúde são os temas que mais preocupam os jovens brasileiros. A informação faz parte de pesquisa divulgada hoje (8) pela Secretaria Nacional da Juventude, ligada à Presidência da República. O levantamento mostrou também que 67% dos entrevistados apontam a corrupção como um dos problemas que mais incomodam no país, seguido pelo poder dos traficantes, destacado por 46% dos entrevistados. Entre os jovens pesquisados, 51% perderam um parente de forma violenta - por homicídio ou acidente de carro.
“Temos que reconhecer [a segurança] como um dos maiores problemas. Não dá para fechar os olhos em um país onde, por ano, em torno de 27 mil jovens – mais de 70% deles negros e pobres - são assassinados. Então, sem dúvida nenhuma, é a nossa prioridade”, disse a secretária nacional da Juventude, Severine Macedo. Para ela, o fato de as pesquisas terem sido feitas antes das manifestações que ocorrem no país não prejudica o resultado final do levantamento.
A pesquisa também mostrou o otimismo dos jovens brasileiros. Do total entrevistado, 91% responderam acreditar que podem “mudar o mundo”. Entre os temas considerados mais importantes para serem discutidos foram apontados a desigualdade social, as drogas, a violência e a política. Os jovens destacaram a possibilidade de estudo, a liberdade de expressão e a estabilidade econômica como o que existe de mais positivo no país. Entre os assuntos que os jovens consideram desafios a serem enfrentados pelo país estão a saúde, a educação e a redução do desemprego.
Para o ministro da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, a pesquisa é mais um instrumento do governo federal para conhecer a realidade da juventude e dar respostas adequadas à sociedade em geral. “Pesquisa é ato de ouvir, entender o que está ocorrendo, para ter políticas sedimentadas em bases sólidas. Não tenho tempo a perder. Se tem um assunto que tem urgência é esse da juventude. O grito das ruas foi suficientemente forte para não nos deixar dormir em paz, para não ficarmos acomodados e termos criatividade e capacidade de desenvolver trabalhos e políticas que respondam a estes legítimos anseios", disse.
O levantamento foi feito entre os meses de abril e maio e ouviu 3,3 mil jovens, com idade entre 15 e 29 anos, distribuídos em 187 municípios nos 26 estados brasileiros e o Distrito Federal. O custo total da pesquisa ficou em R$ 500 mil. Segundo Severine Macedo, o valor é explicado pela complexidade de alcançar todos os estados, incluindo regiões mais afastadas do país.
Edição: Fábio Massalli
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