Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo- Aberta no último dia 20 de julho, no Museu da Oca, no Parque Ibirapuera, a exposição O Imaginário do Rei- Visões sobre o Universo de Luiz Gonzaga prossegue até 15 de setembro. A mostra reúne o trabalho de 63 artistas e 162 peças alusivas à trajetória de Luiz Gonzaga, além de fotografias raras, livros, CDs e quatro filmes. Antes de chegar à capital paulista, o rico acervo foi visto por mais de 350 mil pessoas ao passar por seis capitais: Recife, Salvador, Fortaleza, João Pessoa, Brasília e Rio de Janeiro.
O curador da mostra, Bené Fonteles, destaca que o público poderá ver as diversas fases da vida artística do Gonzagão. “Ele [o rei do Baião] criou um arquétipo para os seus shows ao longo da carreira, indo do estilo mais adequado para tocar um tango até o modelo em roupas características do nordeste ”, disse ele referindo-se ao chapéu e roupas de couro usados pelo autor de Asa Branca e Luar do Sertão em reverência à sua terra natal, Exu, no estado de Pernambuco.
As peças criadas para proteger os vaqueiros dos espinhos secos da vegetação da caatinga na lida com o gado foram também imortalizadas pela imagem do lendário Virgulino Ferreira da Silva, o Lampião, conhecido como Rei do Cangaço.
Entre as obras de arte estão trabalhos em xilogravura e esculturas de autores como os cearenses Francisco de Almeida, João Pedro do Juazeiro, Francorli & Carmem, José Lourenço, Arievaldo Viana e Cícero Lourenço e Liara Leite. Da Paraíba, terra de Geraldo Vandré, compositor de Pra Não Dizer que Não Falei das Flores, vieram obras do gravador José Altino. Do Juazeiro do Norte, as esculturas em madeira de Cícero Arraes e DIN. Ao lado desses, poderão ser admiradas as criações do estilista mineiro Ronaldo Fraga e de Seu Expedito Seleiro, de Nova Olinda, artista que produzia as roupas de couro de Gonzagão.
Quem visitar a exposição também poderá assistir a quatro filmes: Viva São João!, de Andrucha Waddington, O Milagre de Santa Luzia, de Sergio Roizenblitz, O Homem que Engarrafava Nuvens, de Lírio Ferreira, e Luiz Gonzaga – A Luz dos Sertões, de Rose Maria. A entrada é gratuita.
Com a mostra, que faz parte das várias homenagens pelo centenário de Luiz Gonzaga, comemorado em 13 de dezembro do ano passado, o curador Bené Fonteles recebeu o Prêmio Centenário Luiz Gonzaga da Funarte.
Fonteles diz que conviveu com Luiz Gonzaga, especialmente no ano de 1971 e que recebeu dele vários objetos representativos de sua atuação como compositor, cantor e músico. A mostra é feita por meio da Fundação Athos Bulcão, do Museu da Cidade e da Secretaria de Cultura do Município de São Paulo, com patrocínio do Ministério da Cultura, do Itaú e apoio do Instituto Itaú Cultural.
Edição: Fábio Massalli
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