Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo- A grande maioria dos desabrigados do incêndio ocorrido hoje (7) na Comunidade da Ilha, na favela de Heliópolis, foi acomodada na quadra da Escola de Samba Impedor do Ipiranga, um galpão para o atendimento emergencial, sem estrutura para que possa virar moradias improvisadas.
No local, as vítimas receberam um lanche pela manhã, um kit de higiene pessoal, um cobertor e um colchonete, além do atendimento de assistentes sociais e representantes da Secretaria Municipal de Habitação. Embora a Defesa Civil tenha informado que o número de desabrigados chegou a 250 famílias, a Central de Atendimento Permanente e de Emergência (CAPE) registrou 505.
O vendedor autônomo Carlos Heitor de Godoy, de 32 anos, morador da comunidade, buscava informações sobre quando teria acesso à ajuda de bolsa aluguel, mas foi aconselhado a fazer a sua ficha e aguardar orientações. Ele contou que tinha saído com a esposa e a filha de dois anos e quando retornou viu o fogo destruindo tudo a sua volta.
“É muito doloroso”, lamentou Godoy. Outra vítima do incêndio, Rosemar Dias de Souza, de 38 anos, que trabalha em um supermercado popular, na região, disse que estava dormindo e acordou com os gritos de vizinhos dando o alerta de “fogo na favela”. Ela e a filha de 14 anos levantaram da cama às pressas. “Só deu tempo de pegar os documentos e correr”, relatou.
No incêndio, que começou pouco antes da 1h da madrugada em um núcleo de dois mil metros, três pessoas morreram carbonizadas e outras quatro foram socorridas no Hospital Heliópolis. Entre os feridos estão dois jovens com idades de 22 e 23 anos e três das vítimas sofreram graves queimaduras. Pelo menos 40 moradias foram destruídas e outras dez tiveram de ser interditadas.
A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar o que ocorreu. As causas do incêndio serão esclarecidas por peritos do Instituto de Criminalística. De acordo com o boletim de ocorrências, a área afetada tinha em torno de 100 barracos.
Edição: Marcos Chagas
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