Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - As 13 estações da Via Sacra da Jornada Mundial de Juventude e o palco que receberá o papa Francisco já estão ganhando forma nas praias de Copacabana e do Leme, tradicionais pontos turístico e de lazer da zona sul do Rio. A orla dos bairros, vizinhos, receberá a missa de abertura, no dia 23, a acolhida ao Papa, no dia 25, e a Via Sacra, no dia 26.
As obras começam na Rua Paula Freitas, no canteiro central da Avenida Atlântica, seguem por sete quarteirões na mesma via e continuam na areia da praia nas proximidades da Avenida Princesa Isabel, se estendendo por todo o início do Leme. A feira de artesanato da Praça do Lido, o relógio que marca os dias restantes para a Copa do Mundo de 2014 e o hotel Copacabana Palace estão entre os pontos abarcados nesse percurso. No total, a Via Sacra terá 900 metros.
O palco principal de Copacabana será inspirado nas montanhas do Rio e contará com quatro plataformas circulares e uma grande escadaria, que terá também uma rampa de acesso para o papamóvel. Um telão de 15 metros de altura e 61 metros de largura exibirá imagens do país para o pontífice e outros vídeos que estão na programação do evento. A estrutura terá cerca de 4 mil metros quadrados, com 70 metros de largura, 30 de altura e 60 de profundidade. Até mil pessoas poderão estar sobre ele ao mesmo tempo. Telões também serão espalhados pela praia para permitir que todos possam acompanhar as cerimônias e os shows.
As estações terão 100 metros quadrados e decorações próprias, com temas como recortes de jornal e até a Escadaria Selarón, ponto turístico da Lapa famoso mundialmente pelos azulejos coloridos. Cada estação terá a reprodução de sua correspondente na Via Dolorosa de Jerusalém, onde Jesus percorreu o caminho rumo à crucificação, segundo a fé cristã.
O morador de Duque de Caxias José Maria de Lima, de 63 anos, trabalhava na manhã de hoje (1) em uma delas, em frente ao hotel Copacabana Palace. Católico e pai de três jovens na faixa dos 20 anos, ele abriu um sorriso ao falar de seu emprego: "Estou me sentindo muito honrado por trabalhar para a Jornada Mundial da Juventude. Minhas filhas já vieram aqui me ver e ficaram orgulhosas. Somos católicos e viremos ver o papa". Trabalhando na montagem das estruturas de ferro, ele conta que a estação está chamando a atenção dos turistas: "Os gringos sempre param para perguntar, mas a gente não entende".
Uma família romena que caminhava apressada pela orla do Leme, buscando uma vista que não tivesse a interferência das estruturas, não gostou tanto: "Não esperava encontrar isso aqui. É muito feio. Deveria estar em um parque ou em outro lugar", reclamou em inglês a mãe, que saiu sem dizer o nome.
Já o garçom Antônio Valmir Batista, que trabalha em um quiosque próximo ao palco principal, se mostrou animado com a Jornada Mundial da Juventude: "O Leme é um lugar mais pacato e frequentado pelos moradores. Com esse evento, vai ficar mais movimentado. Se for como na Copa, com os telões, será ótimo".
As obras também estão em curso no Campus Fidei, em Guaratiba, que concentrará os dois últimos dias do evento, com a vigília e a missa de envio. O palco que está sendo montado na zona oeste tem 3 mil metros quadrados e contará com uma cruz dourada de 33 metros de altura, numa referência à idade de cristo. Atrás da cruz, 360 torres brancas simulam um órgão, instrumento presente em igrejas antigas. O palco poderá abrigar 750 pessoas e terá, em um compartimento inferior, sacristias para o papa e para o arcebispo do Rio, dom Orani Tempesta.
Edição: José Romildo
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