Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo- O consumidor paulistano demonstrou, em junho, maior receio em relação a maio na projeção do período que se inicia em três meses e termina em junho de 2014: o de que os preços dos produtos e serviços possam subir com mais força.
Para o período citado, pesquisa feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) indica que o Índice de Confiança do Consumidor (ICC) caiu 0,6%, passando de 146 para 145 pontos.
Foi a quarta queda seguida no ICC. Pela metodologia aplicada pela FecomercioSP, sempre que o índice ultrapassa a marca dos 100 pontos em uma escala de 0 a 200, a leitura que se faz é a de que o consumidor consultado está otimista. O ICC é composto de dois dois índices e em um deles, o Índice de Condições Econômicas Atuais (ICEA), ocorreu alta de 1,6% e a pontuação passou de 145,1 para 147,5.
Já o Índice de Expectativa do Consumidor (IEC), com projeções da percepção do entrevistado para o período de três meses adiante da enquete a um ano, indicou recuo de 2,1% com 143,4 pontos ante 146,5, em maio.
O economista da FecomercioSP, Fábio Pina, disse que esta queda está associada ao sentimento do consumidor de que são passageiros os efeitos das medidas tomadas para conter a inflação. “Esperamos que eles [consumidores ouvidos] estejam errados e que a inflação reflua”, disse o economista.
Ele disse que nesta pesquisa não foram levadas em conta a insatisfação demonstrada na série de manifestações nas ruas: por isto, ele acredita que, no próximo índice, referente a julho, a influência desses episódios possam se refletir em nova queda na confiança do consumidor.
Ainda de acordo com a apuração do Icea de junho foram constatadas diferenças de avaliação segundo a renda dos entrevistados. No grupo das pessoas com renda superior a 10 salários mínimos houve um aumento de 8,5% na confiança com 150,1 pontos e entre os consumidores com renda abaixo desse ganho ocorreu queda de 1,4% com 146,2 pontos.
No IEC, foi verificado o oposto. Os que recebem mais de 10 salários mínimos reduziram a confiança com uma diminuição do índice em 10% e pontuação passado de 148,3 pontos, em maio, para 133,5, em junho. Já os consumidores da faixa de renda mais baixa elevaram a confiança em 1,6%, com 148,1 pontos ante 145,7.
A pesquisa mensal é feita com 2,1 mil consumidores da cidade de São Paulo. Ela afere o sentimento deles sobre a situação econômica atual e a que projetam para um espaço de até 12 meses.
Edição: José Romildo
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