Wellton Máximo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou hoje (28) os preços mínimos para a safra 2013/2014. Houve reajustes em produtos como arroz, feijão, milho, mandioca e leite. O conselho também estabeleceu preços mínimos diferenciados de acordo com a região do país para diversificar a produção no território nacional.
De acordo com o Ministério da Agricultura, a definição dos preços procurou garantir a manutenção da renda de produtores de culturas fundamentais para o abastecimento interno, como feijão e mandioca. No entanto, João Rabelo, secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, admitiu que a equipe econômica também levou em conta o impacto sobre a inflação, que poderia subir caso os preços mínimos aumentassem consideravelmente.
“Neste ano, houve grande preocupação em integrar a política de preços mínimos com o combate à inflação e o estímulo à diversificação”, declarou o secretário adjunto.
No caso do arroz, os preços mínimos da saca de 60 quilogramas (kg) aumentou de 6,6% a 12,9% para o tipo 1 e de 12,7% e 12,9% para o tipo 2. A saca de feijão de 60 kg do tipo 1 das variedades preto, em cores e Caupi teve reajuste de 9,9% a 41,6%.
Para a saca de 60 kg de milho, o aumento variou entre 1,2% e 20,4%. O valor do litro de leite teve altas de 9,8% a 11,3%.
Houve elevações ainda nos preços mínimos da mandioca. A farinha do tipo fina T3 subiu de 35,1% a 37,8%. A fécula, o polvilho e a raiz de mandioca também tiveram reajustes de 21,8% a 37,6%. O reajuste para a juta do tipo 2 ficou entre 4,8% e 5,4% e entre 4,1% e 18,4% para o sorgo.
O preço mínimo de alguns produtos, como algodão e amendoim, só serão definidos na próxima reunião do CMN. De acordo com Rabelo, esses produtos não entraram na pauta porque os valores ainda estão analisados.
Em alguns produtos, como milho e arroz, terão preços mínimos diferenciados conforme o estado de origem para estimular a produção em outras regiões do país. No caso do arroz, em que 70% da produção nacional vêm do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, os preços mínimos para os demais estados serão maiores para incentivar a desconcentração geográfica da produção.
“No Sul, o preço mínimo ficou estável, mas subiu nas outras regiões. O governo quer incentivar a diversificação das áreas produtivas porque essa concentração [em uma única região] torna o arroz brasileiro vulnerável a fatores climáticos e a doenças”, explicou Rabelo.
No caso do milho, o preço mínimo será maior no Nordeste para incentivar a produção na região e diminuir a transferência de grãos para lá. Em relação ao feijão, o governo estabeleceu preços mínimos maiores para duas variedades – preto e em cores – para combater a redução da área plantada, responsável pela alta de preços e o aumento da inflação do produto.
O preço mínimo é uma ferramenta de política agrícola porque permite que os agricultores mantenham a renda em caso de queda acentuada no preço de mercado. Nessa situação, o governo banca a diferença entre o preço mínimo e as cotações de mercado, impedindo que o agricultor tenha prejuízo e impedindo a escassez do alimento na safra seguinte.
Edição: Aécio Amado
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