Daniel Lima
Repórter da Agência Brasil
Brasília - As manifestações populares são “eventos normais” em uma democracia e há reivindicações que o governo e o Parlamento devem procurar atender, avaliou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, ao participar de audiência pública na Comissão de Finanças e Tributação da Câmara dos Deputados. Ele condenou, no entanto, os atos de vandalismo, “que não podem ser tolerados”.
“Aqui em Brasília estamos acostumados com movimentações [protestos] nas ruas. Todas as semanas nós temos aqui na Esplanada milhares de manifestantes. Com uma questão, com outra questão. Isso é normal. É um fenômeno normal”, disse.
Segundo ele, a diferença está no que se reivindica em outros países, principalmente nos da Europa que enfrentam a crise econômica, como a Grécia e a Espanha. “São países [em] que [as pessoas] reivindicam salários, estão passando fome. São pessoas que perderam o emprego e não têm perspectivas.”
Para Mantega, o que há no Brasil são reivindicações específicas, “assim como vários sindicatos o fazem” frequentemente. “São manifestações com jovens, com a classe média etc. com demandas de melhoria para governos estaduais, municipais, cuja a pauta é extensa e se refere a várias esferas de governo", disse.
O ministro destacou ainda que “é natural que os segmentos sociais brasileiros anseiem por melhorias de suas vidas”. “A condição social do povo melhorou muito, houve uma ascensão social. Nos últimos anos, 40 milhões de pessoas ascenderam à classe média. Portanto, tem condições melhores”. Segundo ele, é natural que essas pessoas anseiam por condições melhores, nas áreas de segurança, transporte, saúde, entre outras.
Perguntado se as reivindicações têm relação com problemas na economia devido ao estopim das manifestações, que foi a elevação das tarifas de ônibus, Mantega disse que não consegue fazer esse raciocínio.
O ministro destacou ainda que os dados do governo sobre crescimento do país e inflação podem ser comprovados e negou que a economia brasileira esteja em uma situação muito critica. “Temos enfrentado problemas, mas sairemos, acredito, mais forte dela do que entramos.”
Edição: Juliana Andrade
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