Luana Lourenço e Sabrina Craide
Repórteres da Agência Brasil
Brasília – Integrantes do Movimento Passe Livre (MPL), que foram recebidos na tarde de hoje (24) pela presidenta Dilma Rousseff, não saíram satisfeitos do encontro, apesar de reconhecer a abertura do diálogo.
“Eles [governo] não mostraram nenhuma pauta concreta de fato para modificar a situação do transporte no país, que é de fato muito precária, como podemos ver pelas mobilizações que seguem firmes neste sentido. Não vimos nenhuma pauta concreta saindo desta reunião”, disse o estudante Marcelo Caio Nussenzweig Hotimsky, ao sair da reunião com a presidenta.
Hotimsky disse que ficou satisfeito por ver que Dilma compreende o transporte público como um direito, e não como um serviço. Segundo o estudante, ela também se comprometeu a trabalhar pelo controle social dos gastos com os transportes, para que a população possa ajudar na fiscalização do dinheiro público investido no setor. O MPL foi um dos grupos organizadores das manifestações em São Paulo contra o aumento da tarifa do transporte público.
Os estudantes voltaram a defender sua principal demanda, que é a tarifa zero no transporte público. Segundo eles, tem de ser uma decisão política do governo. “O transporte, assim como a saúde, a educação, é um direito e, portanto, não deveria ter tarifa, não deveria ser cobrado. E dissemos à presidenta justamente que existem diversas formas de subsidiar isso”, disse Hotimsky.
Mayara Vivian, também integrante do Movimento Passe Livre, destacou igualmente que a reunião não trouxe medidas concretas. “Existe o convite de um próximo diálogo – o movimento é aberto, mas sinalizamos que a luta não para, a luta por tarifa zero continua, sim, e o diálogo não anula este processo.” Ela também considera política a decisão para implantação da tarifa zero é política. “Se tem dinheiro para construir estádio, se tem dinheiro para a Copa do Mundo, tem dinheiro, sim, para tarifa zero. É uma urgência, uma medida emergencial.”
A presidenta Dilma recebeu os integrantes do movimento antes de iniciar uma reunião com os governadores e prefeitos de capitais para debater propostas para atender às principais reivindicações apresentadas nos protestos que vêm ocorrendo em todo o Brasil.
Edição: Nádia Franco
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