Marcelo Brandão e Mariana Tokarnia
Repórteres da Agência Brasil
Brasília - Após cerca de quatro horas e meia de paralisação, o grupo de rodoviários que protestava na capital federal liberou os acessos à Rodoviária do Plano Piloto. Motoristas e cobradores haviam obstruído as pistas de acesso ao local, na região central de Brasília, provocando confusão e queima de dois ônibus.
Os rodoviários exigem a revisão do processo licitatório que definirá as empresas que explorarão o transporte público do Distrito Federal nos próximos anos para garantir a transparência do processo. São três pontos defendidos pelos manifestantes. O primeiro é a criação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) de investigação das licitações de transporte coletivo do Distrito Federal. O segundo é a manutenção dos empregos, mesmo com novas licitações. E o terceiro, aposentadoria para os trabalhadores com 25 anos de serviço.
“Isso é reflexo do que está acontecendo no país inteiro, o povo está casado, não aguentamos mais ser o país da corrupção”, diz Valmir Avelar Correia, membro da comissão formada pelos rodoviários para representar a categoria.
Até o fechamento desta matéria, rodoviários continuavam em negociação com o secretário de Transportes, José Walter Vazquez Filho, e o vice-governador do Distrito Federal, Tadeu Filippelli.
As horas de interdição da rodoviária causaram transtornos para a população. Algumas pessoas, então, começaram a quebrar os ônibus com pedras. Dois foram incendiados. De acordo com o Corpo de Bombeiros, 32 pessoas ficaram feridas após brigas. Um policial se feriu e foi levado para o hospital após receber uma pedrada na cabeça.
“Aconteceu o que acontece em várias manifestações organizadas pelo país. Uma meia dúzia de vândalos se infiltrou e a polícia teve que agir e retomar a ordem”, disse Alessandro Guerra, representante do Sindicato dos Rodoviários do Distrito Federal.
“A confusão toda se deu porque, uma vez parada a rodoviária, 300 mil, 400 mil pessoas não podiam ir para a casa. As pessoas se revoltam e toda esse quebra-quebra se deu por causa disso”, explicou o tenente-coronel da Polícia Militar, Maurício Gouveia. De acordo com ele, quatro pessoas foram presas por atirar pedras em ônibus, viaturas e policiais.
Edição: Fábio Massalli
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