Kelly Oliveira
Repórter da Agência Brasil
Brasília – O Banco Central (BC) lançou mão hoje (20) de mais uma ferramenta para conter a alta do dólar. A autoridade monetária anunciou leilão de venda dólares com compromisso de recompra futura. A última vez que o BC fez esse tipo de operação foi no final do ano passado.
De acordo com o comunicado do BC, serão aceitos no máximo US$ 3 bilhões, a serem distribuídos, a critério da autoridade monetária, entre dois leilões. As operações de venda do BC serão liquidadas no dia 24 de junho deste ano. As datas de liquidações das operações de compra do BC serão 3 de setembro e 1º de outubro de 2013.
Hoje, o BC já injetou quase US$ 3 bilhões no mercado de câmbio, por meio de leilão swap cambial tradicional, equivalente à venda de dólares no mercado futuro. O BC tem feito essas operações para tentar suavizar a alta da moeda, que hoje já atingiu a máxima de R$ 2,2704 (dólar comercial).
Ontem (19), as indicações do Federal Reserve (Fed), Banco Central norte-americano, de que deverá reduzir o ritmo de ajuda monetária para a economia dos Estados Unidos fizeram o dólar fechar acima de R$ 2,20 pela primeira vez em quatro anos. O dólar comercial encerrou o dia em R$ 2,2205 para venda, com alta de 1,94%, na maior cotação desde 27 de abril de 2009.
Em entrevista, o presidente do Fed, Ben Bernanke, declarou que, por enquanto, a política é manter o ritmo de injeção de dólares na maior economia do mundo. Ele, no entanto, admitiu que, caso a situação do país melhore nos próximos meses, o Federal Reserve pode diminuir o ritmo de compras de ativos “mais para o fim deste ano”.
Por meio da compra de ativos, como títulos públicos, o Fed joga dinheiro no mercado e aumenta a quantidade de dólares na economia mundial. Caso a ajuda monetária diminua, o volume de moeda norte-americana em circulação cai, aumentando o preço do dólar em todo o mundo.
Edição: Davi Oliveira
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir o material é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil
BC injeta quase US$ 3 bilhões nesta manhã para conter alta do dólar
Câmbio não afetará inflação se instabilidade for momentânea, diz Mantega
Intervenções do Banco Central não seguram câmbio e dólar fecha em alta de 0,56%
Câmbio flutuante traz segurança para a economia brasileira, diz Tombini