Manifestação no Rio termina em confronto e destruição

18/06/2013 - 0h39

Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Terminou em confronto e destruição, como na semana passada, o protesto feito por milhares de manifestantes na Avenida Rio Branco, centro da capital fluminense, contra o reajuste das passagens de ônibus, que passou a vigorar a partir do dia 1º deste mês.  Desta vez, as cenas de destruição ao patrimônio público foram bem maiores, com pichações no Paço Imperial, na Assembleia Legislativa, além de depredações de agências bancárias, bancas de jornais e revistas, pontos de ônibus e lojas comerciais.

Pouco depois das 22h30, um grupo conseguiu derrubar as barricadas colocadas pelos militares e invadiu o saguão do Palácio Tiradentes, ateando fogo em algumas dependências do prédio. O Batalhão de Choque da PM, treinado para controlar distúrbios, e o Batalhão de Ações com Cães chegaram à Rua Primeiro de Março depois das 23h, e em menos de meia hora conseguiram isolar a área. Quatro manifestantes ficaram feridos e foram levados para o Hospital Municipal Souza Aguiar, no centro.

A Polícia Militar (PM) informou que 20 militares ficaram feridos durante o ataque de manifestantes ao Palácio Tiradentes, prédio da Assembleia Legislativa do Estado (Alerj). De acordo com balanço feito pelo comandante do 5º Batalhão da PM, tenente-coronel Sidney Camargo, responsável pelo policiamento na região central da cidade, 100 mil pessoas participaram do protesto. De acordo com a nota, a PM empregou 150 policiais na segurança da manifestação.

A passeata, iniciada por volta das 17h, tomou toda a Avenida Rio Branco e seguiu de forma pacífica até a Cinelândia, onde terminaria o ato. Por medida de segurança, as lojas da Avenida Rio Branco e as estações da Carioca, Cinelândia e Uruguaiana do metrô funcionaram parcialmente.

De lá, como ocorreu na quinta-feira passada (13), milhares de manifestantes seguiram pela Avenida Graça Aranha em direção à Avenida Presidente Antonio Carlos, onde fica a sede do Tribunal de Justiça do Estado. Lá, tentaram depredar vidraças do prédio, mas foram impedidos por um reforço na segurança.

O grupo continuou seguindo até a Rua Primeiro de Março, onde houve confronto com os militares que faziam a segurança do prédio nas escadarias da Assembleia Legislativa para evitar depredações. Os manifestantes - em número muito superior - atiraram pedras portuguesas retiradas da calçada e cocos contra os militares, que foram obrigados a recuar. Cinco PMs foram feridos. Luminárias do prédio foram destruídas. A luz do salão da Alerj foi apagada, onde 80 policiais militares ficaram abrigados.
 
Em seguida, os manifestantes atearam fogo em um carro no estacionamento oficial da Alerj, que fica ao lado do Palácio Tiradentes. O carro foi totalmente destruído e chegou a provocar uma explosão, sem deixar feridos. Vidraças de agências bancárias,  de coberturas de pontos de ônibus, bancas de jornais e caçambas de lixo foram destruídos. Eles usaram material plástico e sacos deixados na calçada pelos comerciantes para fazer fogueiras e se reuniram em volta do fogo, onde dançavam e comemoravam.

Agências bancárias na Rua da Assembleia tiveram as vidraças da porta principal e os caixas eletrônicos destruídos, as paredes pichadas, mesas e cadeiras jogadas do lado de fora para servir de material para a fogueira. Um carro estacionado na mesma rua foi destruído, pichado e teve os bancos e portas arrancados. O comércio teve de fechar as portas rapidamente para evitar depredações. Portas de lojas comerciais foram danificadas. Na Rua Sete de Setembro, lojas também foram danificadas pela ação dos vândalos. O prédio histórico do Paço Imperial, na Praça Quinze de Novembro, também não foi poupado. As paredes foram pichadas e algumas vidraças destruídas.

O Palácio Tiradentes foi invadido pelos vândalos que entraram pelas janelas laterais, picharam as paredes, arrancaram fios de telefone e jogaram para o lado de fora e atearam fogo em alguns setores. Alguns dos manifestantes usavam camisas para cobrir o rosto e outros sem camisa, gritavam palavras de ordem e comemoram a invasão do prédio.

O rastro de destruição foi bem maior do que das outras manifestações contra o reajuste das passagens dos ônibus urbanos do município do Rio, que subiu no dia 1º deste mês de R$ 2,75 para R$ 2,95.

Edição: Fábio Massalli

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