Elaine Patricia Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O quarto dia de protestos contra o reajuste das tarifas de ônibus, trens e metrô em São Paulo reuniu cerca de 5 mil manifestantes, segundo a Polícia Militar. O protesto é liderado pelo Movimento Passe Livre (MPL) que, em nota publicada em seu site, diz não ser a única organização envolvida nas mobilizações e não se considera o dono da luta contra o aumento.
O MPL se define como um movimento social independente e apartidário “que luta por um modelo de transporte verdadeiramente público”. O movimento diz não ter lideranças e controle sobre os grupos que também participam dos protestos.
Durante o protesto de hoje (13), a Agência Brasil conseguiu conversar com várias pessoas que participaram da manifestação ou simplesmente pararam para acompanhar o protesto. O aposentado Antônio Lauriano de Oliveira, de 71 anos, ex-sindicalista manifestou opinião a favor do ato.
“Estou aqui só para apreciar o movimento. Sou a favor [do protesto]. Uma coisa que fica desagradável para nós é ver essa desordem que teve e a destruição do nosso patrimônio. Mas só. Sou favorável ao protesto”. Segundo ele, o aumento da passagem não afeta o seu bolso, já que é aposentado e não paga a tarifa. Mas afeta o bolso de sua filha e sobrinhas.
Também haviam pessoas que participavam do protesto pela primeira vez, como foi o caso das geógrafas Ana Grizotto, de 28 anos, e Vania Pupo, de 27 anos. “Viemos pela primeira vez para aderir ao movimento. Apoiamos e achamos um absurdo [o aumento]. Isso [reajuste] afeta diretamente: R$ 3 já é caro e o serviço é péssimo. R$3,20 é um roubo”, disse Ana, em entrevista à Agência Brasil.
Pouco antes do conflito, a reportagem testemunhou uma tentativa de negociação entre policias e representantes do movimento. Eles discutiram sobre o percurso que seria feito. Mas não houve acordo. Pouco tempo depois, o conflito teve início: bombas foram lançadas por policiais e manifestantes correndo e jogando e espalhando lixo pelas ruas e tacando fogo.
O secretário de Segurança Pública Fernando Grella determinou hoje que a Corregedoria da PM apure casos envolvendo fotógrafos e cinegrafistas que foram feridos na manifestação.
Edição: Aécio Amado
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