Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Dois dias depois do tiroteio envolvendo policiais militares e traficantes, que causou a morte de um homem, segundo a polícia, suspeito de ser o chefe do tráfico no Complexo do Alemão, provocando o fechamento do comércio, a vida voltou ao normal nas ruas do conjunto de favelas. O policiamento foi reforçado nos principais cruzamentos e também nas vias internas, principalmente nas comunidades da Grota e de Nova Brasília, onde a troca de tiros começou, na última quarta-feira (22).
Apesar da aparente normalidade, nenhum morador quis falar hoje (24) sobre o episódio, como ocorria nos tempos antes da ocupação pelas forças de segurança do estado, em novembro de 2010, quando era o tráfico que ditava as normas no local.
Uma das exceções foi um adolescente de 14 anos de idade, sentado no portão de casa., onde conseguia captar um sinal de internet para navegar no Facebook. “A situação está mais ou menos. Às vezes tem tiros, às vezes não. Tem vezes que eu não posso sair de casa, porque meus pais não deixam e mandam fechar tudo. Quando os policiais entraram, ficou bom. Agora estão voltando os tiroteios”, lamentou o jovem, que está cursando a 4ª série do ensino fundamental e sonha em ser jogador de futebol.
O presidente da Associação dos Moradores da Favela Nova Brasília, Roberto Borges, disse que a troca de tiros entre os policiais e traficantes foi um episódio pontual. “Voltou tudo à normalidade. Foi um fato isolado. O Alemão tem 14 comunidades, não é tiroteio em todo o lado. Teve uns tirinhos em alguns lugares. A comunidade está ocupada, está tranquila”, garantiu Borges, mais conhecido por Betinho.
A assessoria de comunicação das unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) informou que 100 policiais militares permanecem em operação de reforço no Complexo do Alemão, sem prazo definido para deixar o local.
Edição: Aécio Amado
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