Akemi Nitahara
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – As técnicas de reconstrução mamária para mulheres que passaram por mastectomia foram debatidas hoje (10) no Simpósio Internacional de Mastologia, que ocorre até amanhã no Hotel Sofitel, em Copacabana, zona sul do Rio. O presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia, Carlos Alberto Ruiz, explica que a tendência atual é fazer as duas cirurgias ao mesmo tempo, retirando a mama afetada pelo câncer e fazendo a reconstrução no mesmo ato.
“Se a reparação não for feita no momento da mastectomia, os números indicam que mais de 60% das mulheres não voltam para fazer a reconstrução, já que o procedimento envolve nova internação, ficar longe da família de novo e a mulher é o sustentáculo da família”, diz o médico.
Ruiz lembra que duas ações são fundamentais para enfrentar o problema do câncer de mama, que pode ser considerado uma epidemia: educação e diagnóstico precoce. “No simpósio nós discutimos as técnicas, atualização científica dos cuidados com os pacientes, fazemos um nivelamento regional, já que temos participantes de toda a América Latina e Estados Unidos”.
Quanto ao diagnóstico precoce, Ruiz diz que um tumor na mama pode levar oito anos para chegar a 1 cm, portanto, é necessário fazer exames periódicos, como a mamografia anual depois dos 40 anos.
De acordo com o Ministério da Saúde, a cirurgia reconstrutora em um tempo era feita na rede pública antes mesmo da Lei 2.802/2013 entrar em vigor, no dia 25 de abril. O texto orienta que, sempre que possível, a reconstrução seja feita no mesmo ato da mastectomia, de acordo com a avalização médica das condições da paciente passar pelos dois procedimentos seguidos.
Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), apontam que o Brasil tem 181 locais credenciados pelo Ministério da Saúde para fazer a cirurgia reparadora. No ano passado, foram feitas 1.394 cirurgias pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com investimento superior a R$ 1 bilhão. O Inca estima que cerca de 52 mil mulheres sejam diagnosticadas com câncer de mama por ano no Brasil, a maior incidência de neoplasia em mulheres, que leva à morte 11 mil pessoas por ano no país.
Edição: Fábio Massalli
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