Douglas Corrêa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Os moradores do Jardim Botânico do Rio de Janeiro decidiram na noite de hoje (7), em reunião com representantes da Secretaria de Patrimônio da União, Ministério do Meio Ambiente e da Casa Civil da Presidência da República, que não vão aceitar a atualização do cadastro para remoção das 520 famílias que moram há décadas no terreno da União. De acordo com a presidenta da Associação de Moradores e Amigos do Horto, Emília Maria de Souza, que representa as famílias, a proposta não é a decisão final e o acordo não ocorrerá dessa forma.
"Não vamos aceitar esse tipo de imposição. Vamos partir judicialmente e politicamente para mudar essa proposta e teremos uma reunião nesta quinta-feira [9] ou no próximo sábado [11] para discutirmos de que forma vamos agir", disse Emília.
A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, anunciou hoje (7) o novo perímetro do Jardim Botânico, que ficará com uma área de 132,5 hectares. Pretende-se transformar o espaço em um centro de referência internacional em botânica. O projeto cumpre determinação do Tribunal de Contas da União (TCU) e tem como prioridade a preservação do meio ambiente, o patrimônio histórico tombado e a eliminação das situações de risco na área do parque.
O Ministério do Meio Ambiente montou um escritório dentro do próprio Jardim Botânico para que seja feito o recadastramento das famílias dentro dos próximos 30 dias, com a participação de todos os órgãos federais envolvidos, em que cada família poderá obter informação sobre sua situação e as soluções propostas para cada caso.
O recadastramento das famílias está previsto para iniciar amanhã (8), com as famílias comparecendo ao escritório para atualizar o cadastramento e atualizar os dados. De acordo com a presidenta da Associação de Moradores e Amigos do Horto, Emília Maria de Souza, essa situação seria humilhante para os moradores e ninguém concordou com a medida do governo. "Nós estaríamos legitimando essa decisão e nós vamos lutar pela permanência nas casas", explicou.
A ministra Izabella Teixeira citou a necessidade de expansão da coleção de plantas brasileiras de Mata Atlântica na área do Jardim Botânico, além de incentivos à Escola Nacional de Botânica Tropical, expansão na área de biotecnologia, estruturação de laboratório para sequenciamento molecular, ampliação de viveiros de espécies nativas e consolidação do complexo sociocultural do parque.
Edição: Fábio Massalli
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