Marli Moreira
Repórter da Agência Brasil
São Paulo - Sem ter de enfrentar, no mínimo, 12 horas de voo entre São Paulo e Paris e os gastos de viagem, os brasileiros podem visitar uma preciosidade cultural na Pinacoteca do Estado, no bairro da Luz, região central da capital paulista. Seis Séculos de Pintura Chinesa é o nome da mostra, aberta nesse sábado (4).
São 120 pinturas da coleção do Musée Cernuschi, de Paris, que ficarão expostas pela primeira vez no Brasil até o dia 4 de agosto. A mostra é parte do conjunto de obras que chegou a Paris pelas mãos do economista Henri Cernuschi (1821-1896).
Durante uma viagem ao Oriente em 1873, o colecionador comprou algumas peças de expressivos artistas da China Imperial e republicana com traços de cultura milenar. Esse gesto inspirou a criação, em 1898, do museu que leva o nome do economista e que passou a ser um dos espaços mais antigo e mais importantes da arte asiática na França. O acervo tem ainda obras de artistas chineses com influências ocidentais por terem escolhido Paris para o desenvolvimento de seus trabalhos.
A exposição foi distribuída por seis salas e em cada uma delas está o conjunto relativo ao período histórico. Na sala Ming foram disponibilizadas as obras confeccionadas durante a Dinastia Ming (1368-1644). Entre os destaques estão 12 leques com desenhos e caligrafias de Wen Zhengming (1470-1559).
Na antiguidade, a seda era o material empregado para as pinturas chinesas. Do século 11 em diante, os artistas encontraram no uso do papel uma forma de baratear o custo das obras. Além disso, era mais apropriado para a utilização de pincéis e tintas.
Na sala Dinastia Qing, (1644-1911),o público poderá apreciar as paisagens de Xu Zhang (1694-1749), Gao Qipei (1672-1734), entre outros. A escola Epigrafia reúne trabalhos de Qi Baishi (1863-1957), Ding Yanyong (1902-1978).
As raridades incluem ainda dez obras de Zhang Daqian (1899-1983), apontado como o artista chinês mais importante do século 20. Ele especializou-se na técnica da caligrafia e pintura tradicionais chinesas e seus trabalhos em estilo moderno e peculiar lhe renderam o reconhecimento de críticos e historiadores, sendo considerado o “Picasso chinês”.
Zhang Daqian nasceu na China continental , percorreu vários lugares no mundo e uma dessas localidades foi o Brasil. Entre 1953 e 1972, ele morou na cidade de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo. Depois, foi viver em Taiwan até morrer.
Edição: Graça Adjuto
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