Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro- Na data em que se comemora o Dia Internacional do Livro Infantil, autores e especialistas acreditam que, apesar do crescimento do mercado, ainda há poucas oportunidades para novos autores. Por outro lado eles consideram positivo o fato de o mercado editorial estar vencendo a concorrência com os games e a internet.
Consagrado no mercado editoral com diversos títulos para crianças, o escritor José Roberto Torero acredita que, apesar de o mercado ter crescido, a falta de incentivo à leitura pelas famílias impede uma expansão maior da produção nacional. Ele confirma que o mercado editorial acaba orientado para as compras governamentais e pelo marketing da literatura infantojuvenil estrangeira.
“Principalmente no Brasil, [a oferta de literatura para jovens] a partir dos 12 anos de idade, já não é tão farta. Por isso o Harry Potter [livro da escritora britância J. K. Rowling] faz tanto sucesso”. Torero diz que se produz pouco para essa faixa de idade, no mundo todo e aqui, um pouco menos. Segundo ele, mesmo títulos conhecidos, como Pedro Bandeira, não atraem esse público.
Somente neste ano, o governo federal investirá mais de R$ 1 bilhão em livros didáticos, um aporte significativo. Para atender essa demanda, as editoras são levadas a publicar os livros clássicos, sendo boa parte deles, estrangeiros ou de autores conhecidos, confirma a organizadora da Flipinha, a versão infantil da Feira Literária Internacional de Paraty (Flip), Gabriela Gibrail.
“O governo tem comprado bons livros, a demanda por esses títulos ainda é muito grande. É ainda um começo, é como ir ao supermercado: as marcas conhecidas levam vantagem”, disse. Apesar desse quadro, Gabriela, que também é professora de literatura, acha que a cada ano mais escritores e ilustradores infantis“com excelentes trabalhos”entram no mercado.
Edição: Tereza Barbosa
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil