Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – Uma fonte quase inesgotável de água, a chuva raramente é aproveitada. Um projeto desenvolvido pelo Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes) promete ser uma alternativa inteligente a esse desperdício. No prédio, inaugurado recentemente, o telhado e o piso foram construídos a fim de aproveitar a quase totalidade da água de chuva.
A estrutura permite chegar uma produção de 600 milhões de litros por ano e uma economia anual de R$ 12 milhões, quando atingir o pleno aproveitamento para o qual foi projetada. Atualmente, o sistema está operando com 37% de sua capacidade e vai aumentar progressivamente, segundo o número de pessoas no centro.
A coordenadora da área de Recursos Hídricos e Resíduos da Gerência de Operações do Cenpes, Taisis Passos, disse que um dos principais benefícios, além da economia de gastos, é a garantia estratégica de que não haverá falta de água no prédio, caso haja interrupção no sistema de abastecimento público.
“Na construção do prédio novo, isso já fez parte do projeto de ecoeficiência. Uma das premissas era maximizar o uso da água, da energia elétrica e da iluminação. A água entrou em caráter estratégico, porque nós tínhamos pouca autonomia. Se a rede entrasse em colapso, nossa reserva era muito pequena, pois a autonomia era de apenas um dia. Hoje temos autonomia para quatro dias”, contou Taisis.
A água da chuva captada no telhado é utilizada nas pias e mictórios. A que cai no chão é utilizada na irrigação de 32 mil metros quadrados de área verde em volta do Cenpes. A água da chuva é armazenada em cisternas que totalizam 851 mil litros. Taisis só vê vantagens no reuso da água.
“Os telhados e os pisos são todos direcionados para grandes reservatórios de água de chuva. Isso poupa o nosso uso de água da Cedae [Companhia Estadual de Águas e Esgotos], produto muito nobre e que passa por um tratamento caro. O reuso ajuda a preservar o meio ambiente”, explicou.
O projeto de reuso de água no Cenpes começou em julho de 2012. Também são reutilizadas as águas de esgoto sanitário, dos efluentes dos laboratórios e do sistema das torres de resfriamento. Os efluentes passam por um sistema de filtragem que envolve um complexo processo físico-químico. Esse reservatório tem 2 milhões de litros. “A Petrobras vem estudando há muitos anos as melhores tecnologias para serem aplicadas em tratamentos para gerar água de reuso”.
A reutilização da água em outras instalações representou volume de 23 bilhões de litros em 2012, o suficiente para suprir 11% das atividades da Petrobras. O volume é 7% superior ao alcançado em 2011. A projeção para 2015, com a conclusão de novos projetos de reuso em refinarias, é de uma economia superior a 35 bilhões de litros de água por ano.
Edição: Davi Oliveira
Todo o conteúdo deste site está publicado sob a Licença Creative Commons Atribuição 3.0 Brasil. Para reproduzir as matérias é necessário apenas dar crédito à Agência Brasil