Vladimir Platonow
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro – O governo do Rio se comprometeu em construir, até o final de 2014, um centro de referência indígena no terreno onde atualmente está a estrutura desativada do Presídio Evaristo de Moraes, conhecido como Galpão da Quinta, no parque da Quinta da Boa Vista. Outra alternativa seria construir o centro em Jacarepaguá, na zona oeste, em uma área verde onde funcionou a colônia de hansenianos de Curupaiti.
A proposta foi apresentada hoje (21) a representantes dos índios que ocupam o prédio do antigo Museu do Índio, ao lado do Estádio Jornalista Mário Filho, o Maracanã, e que estão com uma ordem de despejo emitida pela Justiça Federal, a pedido do governo do estado, que deseja reformar o imóvel para receber o Museu Olímpico.
O secretário de Estado de Assistência Social e Direitos Humanos, Zaqueu Teixeira, garantiu, durante entrevista à imprensa, que as obras de demolição do Galpão da Quinta começam dentro de um ano e que a construção do centro de referência indígena levará cerca de seis meses. Segundo ele, isso faz parte da decisão judicial que obriga a saída dos índios do prédio ao lado do Maracanã.
“O documento foi assinado por mim e pelo governador [Sérgio Cabral]. Ele foi entregue à Justiça Federal e, a qualquer momento, caso não haja cumprimento, pode se ter uma ação obrigando [a execução de] aquilo que foi apresentado à Justiça. Então, eu não tenho dúvidas do cumprimento disso. Nossa expectativa é que, até o final deste governo, entregaremos o centro de referência indígena. Demolido o presídio, é uma garantia [que a obra estará pronta em 2014]”, disse Zaqueu.
O secretário descartou a proposta dos índios, de só saírem do prédio do antigo museu com a promessa de que no local funcione uma instituição de referência indígena: “A proposta do governo é fazer a preservação do prédio e no imóvel colocar o Museu Olímpico”, declarou.
O governo do estado propõe transferir os índios para um hotel no centro da cidade, até a conclusão das obras do futuro centro de referência. Outros dois locais que poderiam abrigar os índios, segundo Zaqueu, seriam um alojamento temporário ao lado do galpão da construtura Odebrech, que trabalha nas obras do Maracanã, próximo ao estádio, ou para o Abrigo Social Cristo Redentor, em Bonsucesso.
Uma nova rodada de negociações ocorre, neste momento, entre o secretário e os índios, acompanhada pelo defensor público da União Daniel Macedo.
Edição: Aécio Amado
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