Paulo Virgilio
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O corpo do cantor Emílio Santiago foi enterrado por volta das 12h30 de hoje (21), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona norte da capital fluminense, na presença de cerca de 150 pessoas, entre amigos, parentes e admiradores do artista. Os cantores Carlinhos Brown e Agnaldo Timóteo e o ator Toni Tornado estavam entre os que acompanharam o sepultamento.
Momentos antes, na capela do cemitério, os presentes cantaram a música Saigon, considerada a de maior sucesso na carreira de Emílio Santiago. O cantor morreu na manhã de ontem (20), aos 66 anos, vítima de um acidente vascular cerebral (AVC) isquêmico, 14 dias após ter sido internado no Hospital Samaritano, em Botafogo, na zona sul do Rio.
O velório, na tarde de ontem e na manhã de hoje, na Câmara de Vereadores do Rio, atraiu centenas de pessoas, a maior parte formada por fãs anônimos do cantor, cuja voz é considerada uma das mais marcantes da música popular brasileira a partir dos anos 70.
Com 30 álbuns no currículo, Emílio Santiago foi premiado em 2012 com um Grammy Latino de melhor disco de samba/pagode com o álbum Só Danço Samba ao Vivo. O seu maior êxito foi a série de sete álbuns intitulada Aquarela Brasileira, lançada a partir de 1988, e que vendeu mais de 3 milhões de cópias. Para o pesquisador e historiador Ricardo Cravo Albin, o sucesso se explica pela qualidade do intérprete e pela seleção musical.
“O repertório brasileiro é lindíssimo, uma fonte permanente de prazer. Esse repertório, cantado por uma voz como a de Emílio, com arranjos contemporâneos, em uma série muito bem produzida, alcançou um sucesso que nem a gravadora esperava”, lembrou o pesquisador, em entrevista à Agência Brasil.
Para Cravo Albin, o cantor foi mais do que um grande intérprete da música popular brasileira. “Ele foi sobretudo um cantor de grande possibilidades, de voz macia e de um raríssimo tom aveludado”, destacou o historiador, autor do Dicionário MPB, entre outras obras.
O pesquisador definiu Emílio Santiago como “um dos cantores básicos da música popular brasileira a partir dos anos 70”. Ele ressaltou o fato de o cantor ter atuado no início de sua carreira como crooner, “uma profissão que adestra e faz com que os cantores possam cada vez mais se aperfeiçoar”.
Edição: Juliana Andrade
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