Isabela Vieira
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - Raios, ventos fortes e árvores caídas têm sido as principais causas para a queda de luz quando chove forte na cidade, segundo especialistas ouvidos pela Agência Brasil. Por causa dos alagamentos em vários bairros, a chegada das equipes de manutenção pode acabar demorando mais e aumentando o período de espera pela volta da energia.
Durante a chuva forte da madrugada do último dia 11, Vigário Geral, na zona norte, enfrentou mais de 5 horas sem energia. De acordo com o presidente da associação de moradores do bairro, João Ricardo de Mattos, milhares de pessoas, dentre os 35 mil habitantes, foram prejudicados. Segundo ele, o problema é frequente.
“Nos três últimos grandes temporais houve falta de luz em Vigário Geral. Não no bairro todo, mas em parte. Na minha rua, faltou luz na chuva da madrugada de segunda-feira (11). Já na semana anterior, na quarta-feira (6), faltou em outro trecho”, contou. A comunidade cobra da concessionária Light mais participação na elaboração de planos de emergência.
Resolver o problema, no entanto, não depende apenas de investimentos, explica o superintendente de Serviços de Rede da Light, José Hilário Portes. Segundo ele, as descargas elétricas (raios) sobre a fiação estão mais potentes a cada temporal e os fios não suportam. Há também os objetos que estragam a rede durante as ventanias e os alagamentos, que atrasam a chegada das equipes
“O raio é um fenômeno elétrico de tal intensidade que acaba danificando ou queimando equipamentos, ou simplesmente provocando o desligamento. Consertamos o defeito ou desligamos e ligamos para que volte a funcionar normalmente”, explicou Portes. De acordo com o superintendente, há proteção nas linhas, “mas até uma certa intensidade”.
Nos casos em que os reparos são necessários, Hilário reforça que as inundações de ruas são uma limitação. Com quatro equipes espalhadas pela cidade, ele disse que o problema atrasou o socorro depois da chuva do dia 6, quando bairros ficaram sem luz ou sofreram com interrupções. "O que observamos foi a dificuldade de transitar e árvores caídas sobre a rede”.
De acordo com o professor de engenharia elétrica do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Djalma Falcão, uma solução para diminuir as quedas de energia quando chove forte é transformar toda a rede área em subterrânea, protegendo os fios dos impactos adversos. Além disso, ele considera fundamental contar com um programa municipal de poda de árvores.
Edição: Tereza Barbosa
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