Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O número de indenizações pagas pelo Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automotores de Vias Terrestres (Dpvat) cresceu 39% no país apenas de 2011 para 2012, divulgou hoje (26) a Seguradora Líder Dpvat, administradora do consórcio de 76 seguradoras que prestam o serviço.
O crescimento do número de indenizações superou em quase cinco vezes o aumento da frota de veículos, que foi 7,9%. O aumento maior ocorreu com as indenizações por invalidez permanente, com alta de 47%, 112 mil casos a mais que os registrados em 2011. Já o número de seguros pagos por morte cresceu 5%, ultrapassando os 60 mil.
O total de indenizações em 2012 chegou a 507.915, sendo 12% por morte e 69% por invalidez permanente. Os outros 19% couberam aos casos em que o seguro cobriu as despesas médicas dos acidentados. A seguradora ressaltou que, como os pedidos podem ser feitos em um prazo de até três anos, nem todos os indenizados se acidentaram em 2012.
De acordo com o diretor-presidente da Seguradora Líder Dpvat, Ricardo Xavier, contribuíram para esse crescimento a maior consciência das pessoas de que têm direito ao seguro e, principalmente, o aumento do número de motos nas ruas: "a motocicleta tem uma frequência de acidentes muito elevada, e, em geral, o acidente com a moto sempre gera uma lesão".
Apesar de representar apenas 27% da frota nacional de veículos, as motos foram responsáveis por 69% das indenizações pagas. Em 72% dos casos, a vítima foi o próprio motociclista. Os acidentes com automóveis, que são 60% da frota, geraram 25% das indenizações, sendo que a vítima, em 52% dos casos, foi um pedestre. Outros 4% foram pagos em acidentes com caminhões e 2%, com ônibus.
A grande quantidade de indenizações pagas a motociclistas também faz com que as regiões Nordeste (29%) e Sul (28%) sejam os maiores destinos do seguro. As duas regiões lideram justamente nos casos de invalidez permanente, com 31% e 26%, respectivamente. No Nordeste, 80% das indenizações por invalidez permanente foram pagas a motociclistas. O Sudeste tem o maior número de indenizações pagas por morte, 38%, sendo 19% do total nacional apenas no estado de São Paulo.
As indenizações são pagas principalmente a homens jovens entre 18 e 34 anos, que receberam 40% dos benefícios. No total, os homens recebem 77% dos pagamentos.
De acordo com a Seguradora Líder Dpvat, o horário em que mais ocorrem acidentes é o início da noite, das 17h às 19h30. Motociclistas que circulavam nessa parte do dia receberam 16% das indenizações pagas. Quem sofre um acidente tem três anos para pedir o seguro, independentemente da culpa no acidente.
Para requerer o seguro, é necessário registrar um boletim de ocorrência e procurar os postos de atendimentos das seguradoras, sindicatos dos corretores de seguros e suas diretorias regionais e Procons. Agências dos Correios também recebem os pedidos nos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Santa Catarina, Goiás, Minas Gerais, do Rio Grande do Norte, Pará, Ceará, Maranhão, Piauí, Rio Grande do Sul e da Paraíba.
O recebimento do benefício por morte, no valor de R$ 13,5 mil, exige que o dependente apresente atestado de óbito da vítima. Para receber a indenização de invalidez permanente, de até R$ 13,5 mil, é preciso um laudo do IML, ou de um médico indicado pelo Dpvat. Já para as despesas médicas, que também podem ser reembolsadas, é preciso levar as notas fiscais e um atestado do dano físico causado. O pagamento é feito em 30 dias, mas o diretor da seguradora disse que 95% dos beneficiários recebem em 20 dias.
Edição: Davi Oliveira
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