Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - O carnaval é o segundo momento mais importante do ano para os lojistas que integram a Sociedade de Amigos das Adjacências da Rua da Alfândega (Saara), considerada o maior shopping a céu aberto fluminense, com 1.200 lojas instaladas em 11 ruas situadas no centro da capital.
A conclusão é do Estudo da Cadeia Produtiva da Economia do Carnaval, de autoria de Luis Carlos Prestes Filho, assessor para o Desenvolvimento da Indústria Cultural da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro (Sedeis). Segundo ele, as lojas da Saara começam a contratar empregados temporários antes do Natal, que se somam ao contingente fixo de 17,5 mil funcionários, alguns com até 30 anos de casa.
Nas lojas que comercializam fantasias, tecidos e material para festas aqueles trabalhadores temporários que apresentarem melhores resultados no período de fim de ano ficam para o carnaval, disse à Agência Brasil o presidente da Saara, Ênio Bittencourt. O movimento de compradores também é intenso na região.
“Um mês antes do carnaval, começa a bombar”, disse Prestes Filho. De acordo com Bittencourt, o movimento de pessoas procurando fantasias ou matéria-prima para sua confecção chega a cerca de 60 mil a 70 mil por dia. Com a proximidade do carnaval, passam pela Saara 120 mil pessoas diariamente. Anualmente, das fantasias masculinas, a de pirata tem sido a mais vendida, enquanto para as mulheres a de odalisca é a mais procurada.
No Sambódromo, a arrecadação de bilheteria regularmente atinge R$ 63 milhões em apenas dois dias, com a venda de 70 mil ingressos para o desfile das escolas de samba do grupo especial. “Na verdade, é uma megaestrutura, um megaevento”. Ele comparou as estimativas de público.
“A Copa do Mundo de Futebol vai trazer para o Brasil em 2014 cerca de 700 mil turistas, pelos dados da Federação Internacional de Futebol (Fifa). Só no carnaval do Rio de Janeiro serão 900 mil turistas este ano, conforme os dados da prefeitura. Então, nós, todo ano, aqui no Rio de Janeiro, realizamos uma Copa do Mundo. Nós já somos acostumados a megaeventos”.
Bittencourt destacou que o réveillon na Praia de Copacabana levou 2,5 milhões de pessoas para assistiram à queima de fogos e aos shows na orla, em dezembro. “Não há nenhum lugar no mundo que apresente uma festa com 2,5 milhões de pessoas em uma virada de ano”.
Prestes Filho lamentou que a indústria brasileira ainda não esteja preparada para abastecer o carnaval de matéria-prima. O período registra forte importação de produtos, tecidos para fantasias, além de adereços para carros alegóricos, sobretudo da China. Ênio Bittencourt informou que a maioria das mercadorias comprada pelos lojistas da Saara vem de São Paulo e alguma coisa da Região Norte.
Edição: Tereza Barbosa
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