Alana Gandra
Repórter da Agência Brasil
Rio de Janeiro - A Empresa de Turismo do Município do Rio de Janeiro (Riotur), órgão executivo da Secretaria Especial de Turismo da prefeitura do Rio, divulgou números para o carnaval deste ano, que projetam a vinda de 900 mil pessoas para assistir aos desfiles no Sambódromo, além de participar dos blocos de rua.
Números projetados pela Riotur estimam que o carnaval injetará na economia local cerca de US$ 665 milhões. No ano passado, a expectativa era de que entrassem nos cofres m US$ 628 milhões, gerados por 850 mil turistas.
Para a temporada de verão iniciada em dezembro de 2012, e que se estenderá até março próximo, a Riotur trabalha com a perspectiva de 3,192 milhões de visitantes, o que pode gerar US$ 2,636 bilhões em receita, contra os US$ 2,233 bilhões de divisas deixadas no município por 3,017 milhões de turistas, no mesmo período do ano anterior.
O aquecimento da economia no carnaval depende não só dos recursos de áreas ligadas diretamente à indústria do turismo, como hospedagem e transporte aeroviário e rodoviário, mas também de áreas afins, entre as quais as indústrias fonográfica, gráfica, editorial e de espetáculos, as fábricas de instrumentos musicais e a indústria de bebidas, por exemplo.
Para o assessor para o Desenvolvimento da Indústria Cultural da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Econômico do Rio de Janeiro (Sedeis), Luis Carlos Prestes Filho, se forem somadas todas essas áreas, chega-se a uma média de R$ 1 bilhão, “que é mais ou menos o que teve no ano passado”. Ele disse à Agência Brasil que, se a ocupação dos hotéis no carnaval atingiu 85%, em 2012, este ano já há ocupação confirmada de 99% dos quartos disponíveis no município.
O dinheiro movimentado pelas organizações carnavalescas é significativo. Prestes Filho informou que o orçamento das escolas do grupo especial do Rio de Janeiro varia entre R$ 8 milhões e R$ 10 milhões cada uma. As escolas do grupo A, agora denominado série A ou grupo de ouro, apresentam orçamentos que vão até R$ 800 mil. “Então, há 12 escolas com orçamentos de R$ 8 milhões a R$ 10 milhões e 19 escolas com orçamentos que variam de R$ 500 mil a R$ 800 mil”.
Nas 37 escolas restantes, que desfilam na Estrada Intendente Magalhães, em Madureira, zona norte do Rio, o orçamento é de cerca de R$ 30 mil, para as escolas do grupo D, de R$ 60 mil para as do grupo C e R$ 80 mil, para as do grupo B.
Para Prestes Filho, autor do livro Economia do Carnaval, essas 37 escolas representam o carnaval “de fato popular”, envolvendo comunidades carentes da capital e da região metropolitana do Rio de Janeiro. “Há muita escola de samba do povo, de comunidade. Esse é o diferencial”.
Prestes Filho diz que a variedade de atrações ajuda a tornar o carnaval do Rio uma festa única. Segundo ele, o turista que vier à cidade para ver inovação tecnológica, “mais ou menos adaptada à realidade de uma Broadway”, encontrará isso no desfile da Marquês de Sapucaí. “Se ele quiser ver o carnaval do Rio dos anos 30 a 50, “então, vá a Madureira”.
Edição: Tereza Barbosa
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