Rei Momo recebe chave do Rio e declara aberto o carnaval da cidade

08/02/2013 - 14h29

Vinícius Lisboa
Repórter da Agência Brasil

Rio de Janeiro - Ao som de Cidade Maravilhosa e sob o forte sol do meio-dia, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, entregou hoje (8) a chave da cidade ao Rei Momo, que em seguida declarou aberto o carnaval carioca em 2013. A festa, que contou com a presença da cantora Alcione e da bateria da Unidos da Tijuca, representa a transição simbólica de poder do prefeito para o monarca, que "governa" o Rio durante a folia.

"Desejo a todos os cariocas um carnaval de muita paz, alegria e celebração. Passo ao Rei Momo todo o poder que me foi concedido pelas urnas. Fui!", brincou o prefeito, que reverenciou e beijou a mão de Milton Júnior, que já ocupa o posto de rei do carnaval há cinco anos.

O Rei Momo chegou ao Palácio da Cidade, sede da prefeitura, no bairro de Botafogo, acompanhado da rainha e das duas princesas do carnaval, em um carro modelo Phanton de 1929. O monarca foi recebido pela Confraria do Garoto, tradicional grupo que desfila no carnaval carioca. Seus integrantes levantavam placas nas quais se lia saudações como Viva a Monarquia, O Rio É Alegria e Welcome, além da consagrada Evoé, brado de evocação ao deus romano Baco.

Depois de receber a chave das mãos do prefeito, Milton Júnior disse que o carnaval é um patrimônio da cidade. Ao definir a sensação de ocupar o posto de rei da folia pelo quinto ano, ele ponderou: "é um privilégio e uma responsabilidade".

Mais de 12 horas antes de o Rei Momo receber a chave da cidade e declarar aberto o carnaval, os primeiros carros alegóricos das escolas de samba do grupo de acesso já chegavam à Avenida Presidente Vargas, no centro, onde ficam posicionados até o desfile de hoje à noite.

Natanael Silva, de 50 anos, passou a noite na avenida cuidando das alegorias da Acadêmicos da Rocinha com um grupo da comunidade. Ele ainda precisa descansar para o desfile, no qual terá a função de dirigir um dos tripés da escola, até ser liberado por volta das 19h de sábado, depois que levar o equipamento de volta ao barracão.

Mesmo com a carga horária, Natanael está comemorando porque este ano o trabalho será mais leve. "É a primeira vez que eu dirijo um tripé. Já estava há dez anos empurrando os carros. Eram bem mais pesados. Mesmo assim, nunca quis sair da escola. Gosto muito de carnaval, e ainda vou para os blocos nos outros dias".

Paradas no centro da cidade, as alegorias chamavam a atenção de quem passava. O advogado paulista Vando Magrini, de 45 anos, parou para fotografar os carros, que via pela primeira vez: "É emocionante. Depois dessa, vou tentar voltar todos os dias para conhecer os carros das outras escolas e quem sabe até ver os desfiles", disse o turista de Piracaia (SP), cidade com cerca de 22 mil habitantes, número semelhante ao dos foliões que cruzam a Marquês de Sapucaí em um dia de desfiles do grupo especial.

Edição: Davi Oliveira

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