Lourenço Canuto
Repórter da Agência Brasil
Brasília - Ao empossar hoje (31) os novos integrantes da Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (Cnic), a ministra da Cultura, Marta Suplicy, rebateu as críticas de que o trabalhador vai usar o vale-cultura "para gastar o dinheiro com outras coisas". Ela citou que no ínicio do Programa Bolsa Família se a ideia era "comprar iogurte", por exemplo, depois se adotou o hábito de comprar produtos básicos de alimentação.
Terá direito ao vale-cultura o trabalhador com carteira assinada que ganha até cinco salários mínimos. Ele vai receber um cartão eletrônico com crédito de R$ 50 para gastar em serviços e produtos culturais, como shows, cinemas, exposições, teatro e comprar livros e revistas. A expectativa do ministério é que aproximadamente 17 milhões de trabalhadores recebam o benefício, elevando o consumo cultural em até R$ 7,2 bilhões por ano.
No evento, a ministra pediu aos representantes dos diversos segmentos da área cultural que sejam "generosos com os grupos que têm menos recursos", para que eles tenham a oportunidade de levar sua arte para o público. A Cnic é integrada por representantes de todos os ramos da cultura (música, teatro, cinema e etc.), com mandato bienal. Para a ministra, os membros da Cnic e demais representantes do setor cultural devem usar da melhor forma o dinheiro público para apoio e fomento da cultura no país.
Sobre os recursos do Fundo Nacional de Cultura que vão ser repassados por meio do Plano Nacional de Cultura, Marta Suplicy explicou que irão diretamente para as cidades que aderirem ao plano. Para isso, é preciso que as cidades tenham planos de gestão criando conselho local de organização. Um dos objetivos do plano é revitalizar a diversidade cultural nos municípios. "Temos que nos preparar culturalmente para a Copa do Mundo e para as Olímpiadas, de forma a mostrar com competência aos turistas estrangeiros que temos muito o que mostrar além do futebol, das praias e do samba", defendeu a ministra. O plano foi apresentado ontem (30) pela ministra no Encontro Nacional com Novos Prefeitos e Prefeitas.
Para o presidente da Fundação Itaú Cultural, Eduardo Saron, o plano "será uma nova revolução para o mundo da cultura e a Cnic terá papel muito importante no cumprimento das metas traçadas para os próximos dez anos". O ator Odilon Wagner, presidente da Associação de Produtores de Teatro Independentes de São Paulo, ressaltou o papel da Cnic: "O meio cultural percebe os efeitos da atuação da comissão nos últimos tempos, pois está estabelecido hoje um diálogo que antes era escasso, assim como os recursos financeiros".
Edição: Carolina Pimentel
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