Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Em sua apresentação como candidato do Brasil ao cargo de diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), o embaixador Roberto Carvalho de Azevêdo criticou a paralisia nas negociações multilaterais. Segundo ele, essa paralisia preocupa, pois impede o aprimoramento e os avanços em vários setores. Se eleito, o embaixador pretende incentivar a busca por consensos e a conciliação.
Para ele, o desenvolvimento de novas regras e acordos em negociações multilaterais está paralisado desde que a OMC foi criada em 1995. “Estamos nos aproximando de duas décadas de estagnação completa na parte da frente de negociação. O sistema deve ser atualizado ou logo se tornará incapaz de lidar com as demandas do mundo de hoje”, disse.
Um dos principais desafios do novo diretor-geral da OMC será a conclusão da Rodada Doha que, desde 2000, reúne representantes de vários países em torno de soluções para o livre comércio, especialmente na área agrícola. Roberto Azevêdo explica que as negociações foram travadas pela falta de acordo entre os países desenvolvidos e as economias em desenvolvimento.
O candidato brasileiro disse que o comércio é fundamental para o crescimento e desenvolvimento de qualquer economia, mas precisa de regras amplas que garantam uma melhora efetiva das condições de vida das famílias “no mundo real”.
“As orientações da OMC são a melhor defesa que temos contra o protecionismo e contra as ações que agravam a situação das economias mais pobres e vulneráveis. O que fazemos na OMC tem um impacto direto sobre a qualidade de milhões de vidas em todo o mundo”, declarou.
Aos 55 anos, o diplomata brasileiro enfrenta oito candidatos na disputa pelo cargo de diretor-geral e busca apoio dos latino-americanos e africanos. A eleição ocorrerá em 31 de maio.
Edição Beto Coura
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