Daniel Mello
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – No final da tarde de hoje (28) os cerca de 8 mil aficionados por tecnologia que participaram ao longo desta semana da 16ª Campus Party terminavam de montar as suas barracas. Vindos de todas as partes do país, os jovens terão à sua disposição mais de 500 horas de conteúdo relacionado à tecnologia, à inovação e ao empreendedorismo.
Para o estudante de segurança da informação Robson Pereira, a participação no evento proporcionará um importante “amadurecimento profissional”. Experiência que, na opinião do rapaz de 25 anos que veio de Brasília para a Campus, irá servir não só na cidade natal, “mas em qualquer mercado do Brasil”. “O pessoal vai dizer: 'esse cara sabe o que fala, tem experiência'”, completa.
Entre os interesses de Robson estão as palestras sobre analise de vulnerabilidade de sistemas, criptografia e software livre. “Muita gente tem medo porque acha que usar software livre é difícil. Mas fala isso porque não conhece”, diz ao justificar suas escolha enquanto esperava na fila para receber um quimono, um dos muitos brindes distribuídos na feira.
Apesar de estar esperando a mais de 40 minutos e ter passado quase três horas para entrar no evento, Robson não tinha reclamações. Segundo ele, até esse tempo é aproveitado com interação com os demais participantes.
A construção da rede de contatos é um dos pontos fortes da Campus. Foi por essa razão que mesmo morando no bairro paulistano da Vila Madalena, João Daniel, de 35 anos , preferiu acampar no Pavilhão do Anhembi, na zona norte. “Assim eu não gasto muito tempo indo e voltando”, disse sobre a economia de tempo, que ele estima em duas horas diárias, além da possibilidade de participar de atividades fora da agenda oficial. “A gente acaba fazendo muita coisa, até de madrugada. Tem competição de jogos e o pessoal acaba fazendo festa do lado de fora. Sempre tem alguma coisa interessante”. Daniel trabalha com pesquisa em mídias digitais.
Os pequenos campeonatos entre campuseiros também eram uma das expectativas de David Sena, de 25 anos, que veio de Belo Horizonte (MG). “A gente vai jogar. Eu não sou muito bom, mas pelo menos praticar, juntar a galera”, disse o especialista em segurança da informação, que também estava interessado nas palestras sobre segurança em redes e instalação de software livre.
Apesar de servir à diversão, a interação também é um dos pontos mais importantes da Campus, segundo a gerente de conteúdos do evento, Carolina De Marchi. “A Campus Party acaba sendo um grande caldeirão de talentos, um grande espaço de encontro dessa geração Y [jovens nascidos a partir de 1980], jovens talentos, que muitas vezes tem projetos e ideias que ainda não saíram do papel”, explica.
Contato que é amplificado com a convivência na área de barracas. “O camping é um dos grandes diferenciais da Campus Party, já que o evento é tão dinâmico e diferente de outros eventos de tecnologia, porque as pessoas vem e moram aqui. Eu costumo dizer que é um Woodstock geek [fãs de tecnologia, videogames e ficção científica]”, diz Carolina , comparando a Campus ao grande evento musical de 1969. “Você tem um monte de palcos, um monte de coisa ocorrendo ao mesmo tempo e todo mundo acampado. A diferença é que não tem nada de lama como o Woodstock. Mas isso cria um senso de comunidade, de união e de networking mesmo”.
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Edição: Fábio Massalli
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