Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Um levantamento de campo que durou quatro anos para ser concluído mostrou que, além do que já se conhecia de florestas existentes no estado de Santa Catarina, outros 4% do território catarinense também estão cobertos por florestas que estão se regenerando. A coleta e análise dos dados no estado funcionaram como um projeto experimental que será ampliado agora para todo o país.
A expectativa é que, até 2016, todas as informações detalhadas das florestas brasileiras, como o volume de cobertura do território, a qualidade dos solos, as espécies de árvores, de animais e flora estejam relacionadas em um inventário nacional. Com este tipo de material minucioso será possível repensar políticas públicas que hoje são voltadas para a conservação da biodiversidade e para o uso econômico destas áreas, mas que foram elaboradas com informações pouco precisas.
O Inventário Florístico Florestal de Santa Catarina foi feito entre 2007 e 2011 pelo Serviço Florestal Brasileiro, Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc), Universidade Federal de Santa Catarina, Empresa de Pesquisa Agropecuária e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), Universidade Regional de Blumenau (Furb) e governo de Santa Catarina.
No caso de Santa Catarina, dados anteriores, detectados por satélites, apontavam que a cobertura florestal remanescente em Santa Catarina alcançava 29% do território. Mas, quando analisaram pessoalmente as áreas, os pesquisadores descobriram que existe vegetação pioneira e formações florestais em estágio inicial de regeneração em outros 2% a 4% do território catarinense.
“Normalmente o pessoal mapeia vegetação usando imagens de satélite e isto tem dois problemas. Um deles é o tamanho do pixel [distancia de pontos identificados nas imagens], que é relativamente grande, e outro a vegetação quando é fragmentada em áreas pequenas de florestas não entra na conta”, disse Daniel Piotto, gerente executivo de Informações Florestais do Serviço Florestal Brasileiro.
Segundo Piotto, o inventário feito no campo permite a observação destas áreas menores. “As florestas se regeneram rapidamente. Áreas que foram desmatadas antes ou usadas para plantio de soja ou milho e foram abandonadas se regeneram em cinco anos. No mapeamento que tínhamos antes não incluía muitas destas áreas”, acrescentou.
Edição: Fábio Massalli
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