Brasília - Milhares de pessoas participaram de manifestações pacíficas neste sábado em diversas cidades da Índia para exigir do governo maior proteção para as mulheres. Os protestos ocorrem após a morte de uma jovem que estava internada em um hospital após ser vítima de um estupro coletivo em um ônibus em Nova Delhi.
A mulher, uma estudante de medicina de 23 anos que não foi identificada, morreu neste sábado em Cingapura. Ela estava internada desde 16 de dezembro, quando ocorreu o ataque. Protestos, caminhadas e vigílias noturnas ocorreram em diversas localidades, entre elas Nova Delhi, Calcutá, Mumbai e Bangalore.
Segundo o correspondente da BBC Sanjoy Majumder, as manifestações deixaram de se referir apenas ao caso da estudante, passando a questionar como o país trata as mulheres de forma geral.
Em Nova Delhi, mais de 4.000 pessoas se reuniram no observatório Jantar Mantar para se manifestar. De acordo com Majumder, a área é uma das únicas onde é permitido protestar na cidade.
Na região central de Nova Delhi, reuniões de mais de cinco pessoas foram proibidas. A medida foi uma reação das autoridades a uma onda de protestos de rua violentos - deflagrados pelo estupro coletivo da estudante.
A segurança também foi reforçada nas proximidades de prédios públicos e tropas de controle de multidões ficaram de prontidão na cidade. Mesmo assim, milhares de manifestantes fizeram uma marcha silenciosa pela cidade.
Um dos manifestantes, Poonam Kaushik, atribuiu o ataque à "ineficiência do governo em garantir a segurança das mulheres em Nova Delhi". Ele disse ainda que a morte da estudante deve gerar "ainda mais ódio".
Uma faixa levada por manifestantes dizia aos políticos: "Não queremos suas condolências. Não queremos seus sentimentos falsos! Exigimos ação imediata por leis mais duras contra agressões sexuais".
Uma ministra do governo, Sheila Dikshit, descreveu o episódio como "um momento vergonhoso" para o país. Ela tentou falar com os manifestantes, mas foi vaiada.
Também houve reações negativas na mídia local. Em um editorial, o jornal Times of India pediu mudanças amplas na sociedade e lembrou que a violência contra mulheres ocorre tanto nas ruas como em suas próprias casas.